Gilvan Rocha foi ícone de uma época. Cresci lutando pela sobrevivência e pouco sabia de política. Quando comecei a buscar conhecimento, já quase adulto, Gilvan ocupava espaço político relevante, principalmente pela luta contra a ditadura.

Foi importante no primeiro momento da democracia em Fortaleza, quando o eleitor retornou às urnas, depois de mais de 20 anos de ditadura, para escolher a prefeita de Fortaleza. 

Deu Maria Luiza Fontenelle, para desespero do Ibope, que dissera repetidas pesquisas que Paes de Andrade seria o vencedor, com larga margem de vantagem.

Maria Luíza enfrentara Paes e Lúcio Alcântara e passou quase todo o período eleitoral em terceira colocação na preferência do eleitor. No dez dias finais, ela virou e foi eleita. 

Foi uma grande prefeita do ponto de vista da moralidade e da administração (fez uma reforma que ainda hoje é lembrada), mas pouco realizou em termos de intervenção na cidade. Até o lixo tomou conta das ruas, praças e avenidas. 

Sem ela, Ciro Gomes não existiria.