Já disse - e não vejo razão para retirar - que não tenho otimismo quanto aos governos Dilma Rousseff e Camilo Santana, ambos do PT.

No Planalto, a nova estrutura ministerial de Dilma é uma colcha de retalhos. E, a tirar pela reação contrária do PT, a governabilidade está comprometida.

A economia está se arrastando sobre resultados péssimos. A última estimativa de crescimento este ano feita pelo Banco Central é uma ducha fria em qualquer entusiasmo: 0,2%.

No que se refere a inflação, o BC projeta 6,4% em 2014, 6,1% em 2015 e 5% em 2016.

A comportada equipe escolhida seguirá a linha ortodoxa de segurar a taxa de câmbio do dólar em R$ 2,55 e a taxa Selic em 11,75% ao ano. Segura tudo - até o crescimento


O MORNO MODELO CEARÁ


Como o Ceará de Camilo Santana e seu "paipai" vão seguir o modelo federal, buscando o alinhamento total, o ritmo vai ser o mesmo ou menor ainda.

Em seus oito anos, Cid Gomes (Pros), agora indicado ministro da Educação, aplicou um modelo de crescimento acelerado, ainda que com vazios em algumas áreas. Fez muito, é verdade, mas deixou muito por fazer, melhor dizendo, por acabar.

Preciso ver o começo para saber se o governador Santana vai conseguir sustentar o mesmo ritmo. Não me dá sinais positivos nesse caminho. Percebo um certo acanhamento e movimentos trôpegos.

Dois momentos, principalmente, deram o tom: a proposta de recriar o imposto do cheque - CPMF (ainda bem que ninguém prestou atenção) e, agora, a retirada do secretário de Segurança.

É retirar por retirar, no momento em que, mesmo pequenos, os resultados começam a aparecer. Sequer conheço o dito secretário Servilho Paiva, mas por que mudar agora? É ou não um governo de continuidade?

Tomara que um Santana não atrapalhe o outro.