O bla, blá, blá do corte de custeio toma conta do Brasil. Trata-se apenas de uma estratégia de diversionismo, que o governador cearense, Camilo Santana (PT), nem quis seguir, mas foi convencido no apagar das luzes.

O governo Dilma (PT) diz que vai cortar 30% dos gastos internos, o governo de São Paulo idem e seguiu assim pelo restante do Brasil. No Ceará, depois de estabelecido foi que o governo decidiu aderir, autorizando um corte de 25%, com um discurso fraco e sem convencimento. Parece conversa para a imprensa.

Em verdade, Camilo mal conseguiu disfarçar, mas os outros foram mais ou menos convincentes. Sabe-se, porém, que é tudo conversa para boi dormir. Ninguém confere nada. Ninguém presta conta de nada, com dados comparativos de antes. É só um diversionismo para contentar os contribuintes e calar as resistências ao anunciado o aumento de tributos já anunciado pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy.

FARRA COM DINHEIRO DO CONTRIBUINTE

Um exemplo de como nada será cortado é a farra dos suplentes de deputados federais e estaduais, que vão encher os bolsos em poucos dias no lugar dos eleitos convocados para o secretariado.
Ao todo, sete deputados estaduais, dois deputados federais e um senador deixam as Casas para o novo governo. Como a posse dos parlamentares eleitos ano passado só ocorre em fevereiro, dez suplentes serão convocados para janeiro e receberão salários - mesmo que não deem um dia de expediente (todos estão em recesso) ou compareçam ao Legislativo.

Nenhum dos secretários (pode haver uma ou outra exceção, que eu duvido) tem o que fazer que não pudesse aguardar a nomeação mais um mês. Inácio Arruda, nomeado para a área de tecnologia fez isso (só assume em fevereiro) e ninguém notará a diferença.

Na Câmara Federal e na Assembleia do Ceará veja quem está (ou espera) na linha sucessória tampão para encher as burras*:

01. Deputado federal Artur Bruno (PT). Em seu lugar, assume o suplente Paulo Henrique Lustosa (PP);
02. Senador Inácio Arruda (PCdoB) só vai assumir em fevereiro. Com isso, Raimundo Noronha vai ficar na seca;
03. Deputado federal José Linhares (PP),
04. Deputado estadual Mirian Sobreira (Pros) e
05. Danilo Serpa (Pros). Destes, apenas Danilo não abrirá vaga para suplente;
06. Deputado estadual Nelson Martins (PT). Inês Arruda (PMDB), é a 1ª. suplente, mas já está no cargo desde outubro passado;
07. Amarílio (Pros), único dos sete suplentes que nunca assumiu na AL. Antônio Carlos (PT) Já foi líder de Cid na AL. Fica no lugar de Mauro Filho (Pros);
08. Nenen Coelho (PSD) fica no lugar de Osmar Baquit (PSD);
09. Mailson Cruz (PRB), 3º. suplente, entra na vaga de Nelson Martins (PT);
10. Dra Silvana (PMDB), eleita deputada, assume vaga de Rachel Marques (PT);
11. Eugênio Rabelo (PP) pode assumir vaga de Padre Zé na Câmara Federal;
12. Ana Paula Cruz (PRB), 5ª. suplente, assume vaga de Mirian Sobreira (PRB).

QUANTO CUSTA CADA UM SUPLENTE QUE ASSUME

Ao todo, cada suplente de deputado federal receberá - ainda que no recesso - R$ 150 mil da Câmara para o mês. O valor diz respeito ao salário (R$ 26,7 mil), auxílio-moradia (R$ 3,8 mil), assessoria (R$ 78 mil) e cotão (entre R$ 27,9 mil e R$ 41,6 mil).

Já na Assembleia, valor vai até R$ 78,5 mil, correspondendo a salário (R$ 20 mil) e Verba de Desempenho Parlamentar (R$ 58,5 mil).


* Levantamento feito pela equipe do Jornal O Povo