A política nossa de cada dia está mal. O governo federal vive uma grave crise política, administrativa e ética. O Congresso, sob o comando pegajoso do PMDB de Renan Calheiros (Senado) e Eduardo Cunha (Câmara) estabelece uma atuação pontual, marcada pela vingança ou pela vantagem, enquanto a pauta do dia é tomada pelos escândalos de corrupção e por notícias ruins, como desemprego, inflação, descontrole do câmbio...

E, nos estados, a situação não é diferente. No Ceará, por exemplo, o governo mostrou que será de integral continuidade, ainda que sem a mesma qualidade. Há três meses, o governo muito pouco se move e obras como a do Acquário e da Refinaria começam a ser alvo de investigação. Pior é que o que apresentam mostram ícones dos pés de barro.

Quando me refiro a refinaria do Ceará quero dizer a parte que o governo cearense, estouvadamente, fez, confiado apenas ma palavra dos representantes da Petrobras e do governo petista. O obra, que sequer começou (da parte da Petrobras), foi excluída pela direção da estatal e o povo cearense ficou com um prejuízo de mais de R$ 700 milhões (valor investido).

Tudo somado, tanto lá como cá, o que sobra é uma retração dos negócios. Um amigo economista me disse que ainda estamos no rastro do cometa, mas que daqui a pouco a crise será realmente sentida em todas as suas consequências.

Vai ficar mais grave, é claro, mas já começamos a sentir, e é ruim, a inflação comer os salários, o desemprego já bate à porta e não há muitos negócios, incluindo no governo parado.

Uma amiga que trabalha no ramo hoteleiro me disse que há muito o setor não era tão atingido. Todos, com raras exceções, os hotéis de Fortaleza estão com uma média de ocupação em torno de 10%. É o mais baixo índice dos últimos 10 anos. O que mais os gerentes de hotel recebem nos últimos dias é cancelamento.

O efeito dominó não vai se fazer esperar.