No Castanhão, ruínas da velha Jaguaribara ressurgem com a seca.

Finalmente caiu a ficha do governador Camilo Santana (PT) sobre a falta d'água no Ceará. Não é que o governador tenha começado a trabalhar. Continua conversando muito e fazendo périplos para ver as coisas, como se não fosse da terrinha. Mas, pelo menos, saiu do palanque, construído em cima da ilha da fantasia imaginada pelo clã Gomes.

Fora do palanque e encarando a realidade dura de uma país em corrosão pelo desgoverno de Dilma Rousseff (PT) e conflagrado por quatro estiagens seguidas, o governador Camilo, mesmo que ainda sem saber em que portas bater, acabou perdendo o grito ao apelar por ajuda aos deputados federais cearenses.

Veja só, o governador petista fez apelo para que a bancada cearense garanta recursos para conclusão de obras hídricas - as obras a que ele se refere são a transposição do São Francisco e o Cinturão das Águas. Ora, se essa chusma de deputados sem prestígio tem condições de fazer o que lhe é pedido. Zero. Pode, quando muito e contrariado (hein Zé Arnon?), fazer o que foi sugerido pelo líder do governo, deputado Guimarães (PT): destinar R$ 1 milhão do aporte de R$ 16 milhões de emenda parlamentar de cada um deputado federal para comprar máquina perfuratriz (custo de R$ 1,5 mi).

Comprar máquinas perfuratrizes foi outro pedido ao governador Camilo, diante do quadro desesperante pintado pelo secretário Francisco Teixeira (Recursos Hídricos), que ficou todo o ano passado dizendo asneiras sobre a reserva de hídrica do Ceará, chegando a afirmar, por exemplo, que Fortaleza suportaria mais quatro anos de poucas chuvas.

Agora, concluída a estação chuvosa e com uma recarga nos reservatórios de apenas 0,52% do volume, a pior nos últimos 17 anos, segundo o secretário Teixeira, o governo confere suas fichas e percebe que são poucas. O prognóstico apresentado é alarmante: colapso no abastecimento em 2016.

A aquisição de mais perfuratrizes pode adiar o colapso, mas a solução, mesmo que parcial, seria a chegada das águas do Rio São Francisco - com o Cinturão das Águas concluído, pelo menos, em sua primeira parte. Então, prepare-se cearense, principalmente o fortalezense, para enfrentar muitas dificuldades no abastecimento d'água.

Como no caso da energia elétrica, na questão do abastecimento d'água no Ceará só um item vai aumentar: A CONTA que chega ao consumidor.

Desse modo, Fortaleza, sobretudo (por ser a maior cidade), que tem em seu subsolo milhões de cavidades plenas de merda (permita-me o termo), vai ter entre elas (fossas), milhões de ligações de poços, com quase inevitável contaminação. 

ESTE É O FUTURO.