Agora vai ser possível saber se a independência do Congresso é real ou só um faz de conta para ganhar benesses. A Câmara, sob a presidência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), impôs algumas derrotas ao Planalto. Serviu para ensejar bravatas, mas nada do que foi votado pode ser catalogado como irremediável.

Chegou a hora. Em uma dessas votações, o Congresso aprovou a emenda que determinava o fim do sigilo em todas as operações de crédito do BNDES. O fim do sigilo representaria um vexame, já que tornaria explícita operações como a operação de financiamento do porto de Havana (Cuba), entre outras para países africanos e da América Latina.

Mas, a presidente Dilma Rousseff tratou de calafetar tal brecha. Ela sancionou a Lei 13.126 (Medida Provisória 661), que autorizou, em dezembro do ano passado, o Tesouro Nacional a conceder R$ 30 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas a nova lei veio com sete vetos ao texto aprovado pelo Congresso, entre eles, a rejeição à emenda que determinava o fim do sigilo em todas as operações de crédito do banco.

O que dizia o trecho vetado pela presidentA, que não quer produzir provas contra ela e seu governo:

Não poderá ser alegado sigilo ou definidas como secretas operações de apoio financeiros do BNDES, ou de suas subsidiárias, qualquer que seja o beneficiário ou interessado, direta ou indiretamente, incluindo nações estrangeiras.

A intenção da oposição, todos sabemos, era ter acesso aos dados do financiamento do BNDES na construção do Porto de Mariel, em Cuba. As obras custaram US$ 957 milhões e receberam aporte de US$ 682 milhões do BNDES.