A frase é do dinâmico e instruído líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ao acusar senadores do PT e da oposição de estarem obstaculizando a aprovação dos ajustes ficais (leia-se aumento de impostos e derrubada de direitos trabalhistas).
Sem avaliar se declarações dessa natureza ajudam ou atrapalham, Guimarães destacou que as "firulas" dos contrários vão fazer o país "quebrar". Em seguida, justificou com sapiência:
- Caso o Senado não aprove as medidas provisórias de aperto nos gastos trabalhistas e previdenciários, o país quebra. Quebra porque desacelera, não cria expectativa, não sinaliza para o ambiente econômico do país. Essa não votação pode inviabilizar politicamente a economia do país.
Quem acompanha a política e lê o noticiário sabe que a Câmara aprovou nas últimas semanas as MPs 664 e 665, que endurecem as regras para acesso a benefícios como o seguro-desemprego e a pensão por morte. Já o Senado adiou a votação dessas propostas para a semana que vem.
O caso é que se o Senado alterar alguma coisa, as MPs voltam para a Câmara, e isso pode comprometer a viabilidade de tramitação, já que o prazo final para votação é 1.° de junho. Caso contrário, elas caducam.
Por seu turno, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirma se o Senado alterar as MPs e elas regressarem (até dia 27/05), a Casa as votará no mesmo dia ou no dia seguinte. Cunha que a Câmara não pode passar a imagem de ser contra o ajuste nem negar a Dilma as condições de governabilidade.