A crise na saúde está longe de chegar ao fim. Sem nomes para
assumir a pasta, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT) gasta muita
conversa mas age pouco. Não conseguiu selecionar um nome, mas apelou para o
famoso comitê (conselho ou pacto), conforme a fórmula que aplica na Segurança
Pública e que ele julga que está rendendo bons resultados. Os números, se foram
reais, mostram queda de alguns índices, mas o povo ainda não sente isso nas
ruas.
A primeira e demorada reunião nada rendeu de concreto, mas
dela saiu o anúncio de criação do comitê
para a Saúde. O grupo, composto embrionariamente de diretores dos
hospitais estaduais, pretende reunir representantes do Tribunal de Justiça,
Sindicato dos Médicos, Ministério Público, universidade e demais setores responsáveis.
Medidas concretas mesmo para reduzir a crise na saúde não
saiu ainda. Tudo que o governador faz é se comprometer em ter envolvimento
pessoal com a questão. garantindo que está "discutindo, avaliando
pessoalmente os gargalos e procurando junto com os diretores as soluções”. Vai demorar, pois há mais gargalos na saúde
do que em 100 engradados de cerveja.
MEDIDAS
TÓPICAS E INODORAS
Não se pode dizer, contudo que o governador Camilo Santana não
tomou algumas medidas. Tomou, sim. Suspendeu uma festa (com serviço já
licitado) de confraternização no HGF, que custaria R$ 56 mil, e garantiu que
autorizou os recursos necessários para reposição de materiais e medicamentos em
falta nos hospitais.
Reclamando e lembrando a crise nacional e lembrando o que já
foi feito pela saúde (governo anterior), o governador anunciou que está estudando a contratação de “leitos
de retaguarda, para diminuir as filas nos hospitais”.
Até que seja reduzido o sofrimento do povo nas portas dos
hospitais públicos, quase sempre lotados, sem remédios e suficientes
profissionais vai decorrer muito tempo e exigir muitas reuniões do comitê em
formação. Quer dizer, muita deliberação e pouca execução.
Propostas por propostas, balanços e diagnósticos se ouviu à
exaustão durante a campanha que se findou há pouco mais de seis meses. Quer
ver? Confira no programa que o candidato Camilo Santana publicou durante a
campanha:
