As negociações mal começaram e já causa mal-estar em alguns
filiados do PDT. E não foi só entre os pedetistas cearenses. O senador
Cristovam Buarque, pernambucano mais eleito pelo Distrito Federal, demonstra
"preocupação" com a ida dos ex-governadores Ciro e Cid Gomes, hoje no
Pros, para a legenda.
O caso é que Cristovam, que, como Ciro, já foi candidato a presidente
da República (2006), sente-se ameaçado em sua pretensão, ainda não confessa, de
voltar a ser candidato. E Ciro ajudou a encucar o pedetista Buarque ao admitir
que vê com muito carinho uma futura candidatura ao trono de Dilma Rousseff.
De todo modo, o grupo do clã Gomes, que já foi cirista
mais hoje é mais conhecido como o grupo cidista, já manteve reunião com o presidente
do partido, Carlos Lupi, para discutir a adesão ao partido.
Outro que também não engole o ingresso do clã no PDT é o
deputado estadual Heitor Férrer. O nó principal da questão é que o pacote cidista
inclui o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. Sendo assim, Férrer seria preterido
na disputa. Heitor Férrer foi o terceiro colocado na última eleição à
Prefeitura de Fortaleza e entende que RC não iria para o PDT sem a certeza de
ser o candidato.
O PDT não manifesta preocupação com as queixar de Heitor
Férrer, pelo menos ainda não verbalizou tal apreensão e até explica que Férrer
é considerado um partido de si mesmo por seus correligionários. Basta
ver que é oposição ao governador Camilo Santana enquanto seu companheiro
pedetista Evandro Leitão é o líder da bancada governista.
Em verdade, Cid Gomes, sempre teve uma queda pelo PDT e manifestou
isso em entrevistas à época em que deixou o PSB. Acabou levando o clã para o
Pros por mera conveniência política. Agora, ele acha que tudo pode ser
resolvido, inclusive com a manutenção do PDT na base do governo Dilma Rousseff.
Sobre os pedetistas incomodados, esse é um problema do
presidente nacional da legenda, Carlos Lupi. Se o convite for confirmado, os
inconformados que se retirem.