A presidente Dilma Rousseff (PT) está demonstrando que é uma anta política. Em três oportunidades em que entrou como articuladora do próprio governo o resultado foi desastroso. Teria sido melhor ter deixado o sem resultado Michel Temer como articulador. Tirando-o, como ocorreu, deixou o peemedebista livre para fazer o que faz melhor um vice: conspirar. Mas, pelo jeito, nem precisa, como comentou Alexandre Garcia no Bom Dia Brasil
Dilma abriu a matraca a falar sobre o que podia e não podia. Primeiro, disse que não pagaria a metade do décimo aos aposentados agora. Viu a repercussão e recuou. Vai pagar, mas o desgaste se alojou. Depois, falou que queria reeditar a CPMF para arrecadar R$ 85 bilhões. A reação foi brutal e ela voltou atrás. Ficou sem o dinheiro, mas o desgaste se instalou.
Mais recente, enviou para o Congresso um orçamento com um inusitado rombo de R$ 30,5 bilhões para que os congressistas façam as emendas. O mundo político reagiu e a presidente já anunciou que vai enviar um complemento. Recuou, mas teve de engolir o desgaste.
O quarto episódio da trágica articulação política foi a fritura do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O ministro, escolhido para fazer os ajustes na economia, passou a ser contrariado, isolado, até que ameaçou sair. Dilma viu o rolo que seria e recuou. Ficou com o ministro e com o desgaste.
No caso do orçamento, embora já tendo anunciado que vai enviar uma emenda, Dilma Rousseff explicou que o governo optou por "um caminho de transparência e verdade" ao enviar o Orçamento 2016 ao Congresso Nacional com a previsão de déficit de mais de R$ 30,5 bilhões. Tardia TRANSPARÊNCIA, presidentA.
Mesmo sem dar trela para a polêmica devolve-não devolve, o fato é que o angu engrossou e vai voltar intragável para o Planalto. Em verdade, O PT de Dilma quis colocar no colo do Congresso parte do desgaste pela debacle do seu governo, que, agora, tem de cortar parte de programas sociais, reduzir investimentos na educação e outras áreas tidas como prioritárias, como moradia.
O PAC, por exemplo, que tem muitas obras em curso e outras novas somente sairá do papel se houver novas receitas. A grande pergunta é nesse contingenciamento, que nada mais é do que o corte da verba, estão inseridas as obras de transposição do São Francisco, com oito anos de atraso.