Um repórter que trabalhava comigo (em meados da década de 80) em um programa de rádio, ao (tentar) narrar um acidente de trânsito disse que o esbagaçado era tão feio que ele não tinha palavras. Foi demitido. Quem tem medo dos fatos, se rende a eles, covardemente. 

Pior é que essas pessoas que hoje temem o promíscuo Congresso e o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são as mesmas que colocaram no nicho mais alto do comando da República o canalha responsável, com seu cinismo, por todo esse mal que hoje vive o Brasil. O resultado de tudo isso é uma dolorosa chaga que o país vai levar pelo menos uma geração para ver cicatrizada.

Por isso vale tanto o que disse a ministra do STF, Cármen Lúcia:


Pode ser que como julgadora do mas alto grau, Cármen tenha sucumbido ao humano direito da indignação. Se juristas engajados acham que foi uma fraqueza, para mim foi uma revolta natural, que só engrandece a juíza. Faço minhas as palavras da ministra em todas as oportunidades.

Primeiro, ao apreciar o caso do senador Delcídio do Amaral-PT ("...acreditou que a esperança venceu o medo; no mensalão, se viu que o cinismo venceu o medo; e agora que o escárnio venceu o cinismo...". Depois, quando reverberou a frase de sua vida: "Quem por direito não é senhor do seu dizer, não se pode dizer senhor de qualquer direito".

Por fim, aceito e coloco aos medrosos, que, com seu medo, permitiram que o Brasil chegasse ao estágio de ruína de hoje, outra afirmação da ministra Cármen Lúcia de que "para ajudar a tirar o país da crise político-econômico-financeira pela qual passa o Brasil, os brasileiros de bem precisam ter a mesma ousadia dos "canalhas".

Nem precisava, mas explicou em seguida que "essa ousadia não pode ser de pessoas que não cumprem as leis, que usam o espaço público para interesses particulares. Essa ousadia não pode ser exclusiva"; ela acredita que chegou a hora de a população mudar de postura, "reivindicar, e não apenas reclamar e ajudar o país a superar a fase difícil". Estou nessa, ministra.

Veja a primeira fala completa da ministra no link a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=LrNmFbeUgBk



JORNALISTAS PRECISAM PERDER O
MEDO PARA VENCER O ESCÁRNIO

Vi hoje nos jornais (eletrônicos e impressos) diversos jornalistas, mais conhecedores, perderem o medo para vencer o escárnio e afirmarem que 'nunca antes, em tempo algum', tinham visto tanto cinismo, escárnio mesmo e tanta baderna no Congresso Nacional.

Todas as deploráveis cenas aconteceram em dois momentos: no acolhimento do parecer do cassação do deputado Eduardo Cunha e na votação para compor a comissão especial do impeachment, na Câmara dos Deputados.

Os dois momentos foram marcados por atos do mais perfeito banditismo. Mas, nem sempre prevaleceu o desejo de quem quer perpetuar o escárnio, ainda que o STF tenha deixado em suspenso todo o transcurso do processo de impeachment, mas não interferindo no resultado da votação - eleição da chapa (272 votos contra 199) de maioria oposicionista para comandar a comissão especial que analisa o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). 

A derrota do governo, anda que amenizada pela suspensão do trâmite pelo STF, através de uma recurso do PCdoB, suscitou reações raivosas, mas ficou longe de produzir tranquilidade no Planalto. O medo de NÃO conseguir obstaculizar o impedimento já aparece estampado em alguns semblantes estrelados. 

Batido mesmo, o governo só conta com 199 votos, insuficientes para segurar a PresidentA, e não vai adiantar o líder do governo, o 'cuecão' Guimarães acusar armação da oposição. É essa a massa que o governo pode contar, no risco. Inútil também a reunião com governadores que apoiam o Planalto. Só mais um gasto com o dinheiro do contribuinte.

Da mesma forma, não vai adianta o causador de todos os males deste país, o ex-presidente LULA DA SILVA , escarnecer em discurso em defesa da presidentA, pedindo trégua aos movimentos sociais a ele (e o PT) subordinados.