E ainda dizem que é o PMDB que quer barrar a operação Lava Jato. Muitas acusações contra os desgastados caciques peemedebistas são verdadeiras, mas essa não cola. É o PT, sobretudo, que tem absoluto interesse em segurar a Lava Jato e o pior é que a alavanca usada para sustentar as investigações é a próprio Justiça, através de sua corte máxima - o STF.

Assim, dá para entender porque os acusados, regra geral, querem suas investigações no STF. Demonstrações de benevolência com os acusados e má vontade com a Lava Jato já foram dadas de sobra. Primeiro, foi o fatiamento dos processos, tirando o juiz federal Sergio Moro da jogada.

Agora, o ministro Dias Toffoli, claro, do STF, manda soltar (29/06/16) o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula e Comunicações/Governo Dilma), preso durante a Operação Custo Brasil. O ex-ministro havia sido preso preventivamente, junto com outros 10 alvos da investigação, sobre o esquema Consist - empresa de software que teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento durante a gestão de Bernardo.

Estranhamente é que a prisão do acusado foi suspensa por Dias Toffoli, o mais petista dos ministros, igualando-se ao presidente Lewandowsky, no momento em que eram mais contundentes as acusações contra Paulo Bernardo e sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). 


A investigação mostra que o advogado Guilherme Gonçalves, estabelecido em Curitiba, teria atuado como repassador de propinas do esquema Consist para o ex-ministro e teria, ainda, bancado despesas da mulher de Bernardo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), na campanha de 2010.