Os grandes municípios do Ceará estão com seus candidatos escolhidos, salvo algumas indefinições de última hora. O mais surpreendente da trama política deste ano, pós soçobramento do PT de Dilma Rousseff e Lula da Silva, é o ressurgir de velhas e rotas lideranças e, por ironia, quase todas através de quem mais falou em renovação, em sua carreira política, embora nunca tenha exercitado: Tasso Jereissati.
O longo caminho, onde teve a oportunidade de fazer e desfazer o progresso que pregava, a derrota mais inesperada da história política do Ceará, o jogo sempre duplo nas escolhas -é só lembrar das campanhas de Serra, Alckmin, de Lúcio e de Moroni ao Senado- nada ensinaram. Continua com decisões de moda e irascível. No passado, foi assim, quando se revelou admirador de figuras controversas como Zé Dirceu (antes da roubalheira), do banqueiro Daniel Dantas, de Pérsio Arida, de Luiz Carlos Mendonça de Barros e Elena Landau, entre outros.
Como nunca teve conteúdo, nunca passeou nas páginas de Maquiavel, Max Weber, Gramsci, Tocqueville ou até mesmo de seu correligionário Fernando Henrique Cardoso, Jereissati tenta se cercar de jovens profissionais que estão fazendo periféricos trabalhos engajados com temas de corte moderno, jovens - em sintonia como as mídias sociais. O presidente da Solar, por exemplo, tem perfeita identidade.
Os péssimos filmes do partido com Jereissati e aliados tucanos não devem ter sido da produção desse grupo jovial. Tampouco eles tivera qualquer ingerência nas escolhas partidárias de candidatos de diversos municípios: Juazeiro (Salviano), Barbalha (Rommel Feijó), Crato (Samuel Araripe), Sobral (Guimarães) etc. Parece até um desfile de carros de época.
Pode ser também que a 'galerinha' que cerca Jereissati e que ele colocou no colo do candidato do PR, Capitão Wagner, já que vai pagar, seja especialista no marketing reverso, no digital, inbound marketing e outros tipos mais ou menos fluentes. Mas não esqueçam os adversários. Eles também jogam.