Conheço o senador Jereissati desde o final da década de 80 e tinha por ele apreço e respeito pelo pensamento político que carregava e expressava, sempre que tinha oportunidade. Por duas vezes, fiz parte, por pouco tempo e com modesto papel, de sua equipe. Outras duas vezes fiz parte, igualmente sóbria, de suas campanhas eleitorais. Cheguei até a cumprir missões eleitorais por ele indicadas.
Tinha orgulho de ter estado no GOVERNO DAS MUDANÇAS, que quebrou paradigmas e estabeleceu um novo tipo de relação política. Só vacilei à época em que Jereissati, incensado por Ciro Gomes e Sergio Machado quiseram apoiar Collor de Mello. Foram feitas várias reuniões para convencer (e não para ouvir) as bases partidárias do governo. Ciro Gomes e Sergio Machado eram os mais entusiastas.
Não deu certo por uma indiscrição de Collor de Mello no dia anterior ao do anúncio da adesão. Deixou vazar o apoio do grupo, com o objetivo de baixar o preço. Jereissati ficou zangado e refluiu. O jeito foi ir para o PSDB e apoiar Mário Covas. A eleição foi vencida por Collor (disputa de segundo turno com Lula).
Os anos posteriores, observando o trabalho e a trajetória de Jereissati, foram moldando uma nova opinião, que hoje me envergonha. O homem, que gosta demais de bajuladores, vive o ocaso político e está deixando um legado que contradiz seu início e compromete o futuro que ele pregava. Está passando a história como um político mesquinho, de pouca ou somente conveniente fidelidade, que não soube escolher amigos (só os servis) e demasiadamente chegado a xenofilia (nenhum valor agregou ao profissional local).
Levaria muito espaço e tempo citar aqui as pessoas que Jereissati traiu e mais ainda os profissionais de fora que ele privilegiou, alguns depois denunciados por participar de esquemas de corrupção.
Dá pena ver o senador Jereissati, dirigido na TV por um grupo de chilenos (terá sido indicado pelos sócios da Coelce?), com olhar perdido em um close cruel, balbuciar um texto mal alinhavado, prometendo "comer" todos os fortalezenses. Levou a campanha do Capitão à derrota e teria sido melhor não passar recibo, pelo assunto e, principalmente pela infame comparação entre os dois.
O Capitão está mal dirigido, falando textos sofríveis, com um semblante alterado em um tom monocórdio. Até nas pancadas, quando bateu o desespero, foi ruim. Bater é mais difícil. Pena, porque o Capitão é um bom candidato.O que ele tiver de votos se deve somente ao seu desempenho pessoal.
Se o grupo chileno não acertou a mão no conteúdo da campanha e na postura do candidato, saiu-se bem nas vinhetas multicores. Só.
E DO OUTRO
O outro candidato está com a mesma equipe que acompanha o clã Gomes há diversos embates eleitorais. Faz o modelo saia e blusa. No caso atual, não poderia ser diferente. Era mostrar obras, obras e prometer outras, quase que chantageando o eleitor. Assim está sendo feito. Mas é demais falar que os mal-intencionados vão se afastar quando a Guarda Municipal e a PM ocuparem as praças, ruas ou areninhas.
Sim, o policiamento ostensivo funciona. Mas, senhor prefeito, são delinquentes perigosos que estão assombrando Fortaleza e não simples mal-intencionados. Cá para nós, como dizia minha mãe (jocosamente), mal-intencionado é o namorada da gostosa da esquina.