Até que enfim o Domingos Filho, que comanda o PSD, venceu uma: foi eleito presidente, por 4 votos a 3, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Perdeu em Tauá, perdeu na Assembleia e só ganhou no TCM porque foi contra o caldo de bila do advogado Hélio Parente. Ainda lembra dele? Era o advogado dos prefeitos que metem a mão no dinheiro do povo e de uma hora para outra, sem nunca ter feito nada para merecer politicamente ou se destacado em qualquer área, virou conselheiro do TCM por exclusiva vontade do clã Gomes.

Tanto faz Zé como Cazuza. Deu Domingos Filho e quem realmente perdeu foi o povo do Ceará, que vê aberta mais uma trincheira de impunidade contra a corrupção. Como faz falta um juiz Sérgio Moro no Ceará! Preste atenção que a disputa envolvia um tribunal de fiscalização das contas dos municípios, mas parece mais um partido. Veja a manchete do jornal O Povo: Domingos Filho é eleito presidente do TCM e se fortalece para 2018.

Significa que o conselheiro, que impôs uma derrota aos seus ex-aliados, os irmãos Gomes, sai com o nome fortalecido para uma candidatura em 2018. Ora, ora, e qual seria a maior moeda de troca do eleito presidente do TCM para convencer prefeitos a apoiá-lo? E seria diferente se o vencedor tivesse sido Hélio Parente, o lacaio dos Gomes? Não. Faria a mesma coisa pelos seus chefes. Iremos ver um TCM voltado para fazer política, o que já começou a acontecer com a disputa pela presidência da Assembleia do Ceará.

Por isso que digo e repito: O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS, DO MESMO MODO QUE A JUSTIÇA DO TRABALHO SÃO DISPENSÁVEIS. NÃO CUMPREM NENHUM PAPEL QUE SIRVA AO POVO E AO PAÍS.



VENCEU E LEVA,
POR ENQUANTO


A eleição do presidente da AL-CE encerra do período de disputas no Estado. Claro que ainda sobram as eleições pela presidência do Fortaleza e pela presidência do VUAC (Vila União Atlético Clube), mas não sei se desperta interesse dos grupos políticos cearenses. O senador Eunício Oliveira (PMDB) acha que a oposição, que ele diz representar no Ceará, encorpou e, claro, saiu fortalecida. O caso é que a oposição tem diversos lados e a união deles não é fácil, ainda que maior por dentro e por fora.

Como vão unir os senadores Tasso Jereissati (PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB), o presidente do TCM, Domingos Filho (PSD e PMB), o deputado estadual Capitão Wagner e seu PR, de pescoço grosso com o bom desempenho na disputa de Fortaleza, e a deputada federal Luizianne Lins e sua parte do PT? A maior parte se uniu na disputa pela prefeitura da Capital cearenses. Luizianne ficou de fora, foi para a disputa sozinha e seu desempenho nas urnas compromete até sua reeleição (e a do seu vice Elmano).

Com esse quadro, o clã Gomes, que não abre mão da hierarquia (mandam eles e o resto -ou restante- obedece), saiu como grande vitorioso: ganhou tudo que valia a pena: já havia colocado a ex-senadora Patrícia Gomes ou Saboia na TCE, tem o incompetente governo do Ceará (Camilo, do PT até agora) e agora tem também Sobral (Ivo Gomes), Fortaleza (Roberto Cláudio), a Câmara de Vereadores (Salmito, na agulha), Assembleia (Zezinho) e Iguatu (Ednaldo Lavor). Fez 51 prefeitos e quase faz também o presidente do TCM. Assim, deixou tudo amarradinho para 2018. 


Desse jeito é melhor o papa Francisco não morrer, porque aí o clã poderia querer emplacar Padre Zé no Vaticano.