O medo da cadeia gera atitudes inusitadas. A cassada Dilma Rousseff (PT) disse em palestra de raciocínio entrecortado que "o contrário de um anti-Lula raivoso é um pró-Lula ingênuo, que aceita todas as presunções de Lula a seu próprio respeito". Entendeu? Depois, Rousseff abordou que "em matéria de direito penal, isso inclui concordar com a tese segundo a qual Lula, a alma viva mais honesta que a República já viu, tem uma missão de inspiração divina a cumprir. Uma missão tão sublime que é indiscutível".

Que os adeptos de padre Cícero Romão Batista tomem cuidado, a santificação de outro nordestino pode sair antes da dele.



CAIXA 2 X ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

É claro que o juiz federal Sergio Moro pensa e tem direito a expressar suas opiniões, nunca sobre algo que está em sua área de julgamento. A visão dele sobre a diferença entre Caixa 2 e enriquecimento ilícito é interessante: "Temos que falar a verdade, a Caixa 2 nas eleições é trapaça, é um crime contra a democracia. Me causa espécie quando alguns sugerem fazer uma distinção entre a corrupção para fins de enriquecimento ilícito e a corrupção para fins de financiamento ilícito de campanha eleitoral. Para mim a corrupção para financiamento de campanha é pior que para o enriquecimento ilícito".

Pelo que entendi, aquele que comete o crime da propina não prejudica. O dinheiro fica em um banco da Suíça, por exemplo, e lá e não faz mal a ninguém. Já o caixa 2 é trapaça em uma eleição, um mal que pode resultar em consequências terríveis e duradouras. É claro que deve ter esquecido que a propina também pode ter consequências cruéis: gente morando em favelas e morrendo nas filas da saúde, por exemplo.