O golpe é muito pesado para o país já estressado com tanta corrupção. Parece não haver saída para a grave crise, que agora envolveu o presidente Temer, o senador Aécio e a irmã, mais o de sempre, ex-ministro Guido Mantega e o PT. O caos está instalado em Brasília. Já tramitam alguns pedidos de impeachment de Temer, enquanto Aécio Neves foi afastado do mandato e sua irmã e assessora, Andréa Neves, e o primo Frederico Medeiros foram presos. Já o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi afastado e foi preso o procurador federal Ângelo Goulart Villela, acusado de trabalhar infiltrado em favor de Joesley Batista (em NY).



UM GRUPO SEM HONRA

O Brasil chegou ao rés do chão, levado pelos governos do PT (dois de Lula e um e quase meio de Dilma). Quando nos anos 90 se falava em eleger Lula quase toda a sociedade tinha medo por suas propostas radicais de esquerda. Nunca se imaginou que seria bem diferente, anos depois, quando o povo perdeu o medo e elegeu o metalúrgico falastrão, informante da repressão (agente Barba)[1]. Lula se revelou um presidente de discurso para e pelo povo, mas com uma ação nefasta nos bastidores, comandando um saque hediondo aos cofres brasileiros. Hoje, Lula e Dilma e os xiitas e guerrilheiros constituem um contingente político sem honra, que não se explica, não nega o crime de que é acusado; se satisfaz, comemora em arrastar ou saber que outros, melhor se forem adversários, também estão com o pé na mesma lama.


PEC PARA NOVAS ELEIÇÕES
FARIA UMA FAXINA GERAL

Já há em Brasília -e por todo o Brasil- um movimento que defende a renúncia de Temer, afora os pedidos de impeachment. A acusação contra ele, fosse em outro período poderia nem prosperar, mas agora com todo mundo cansado de ver tanta bandalheira, foi a gota d'água. Afora tudo isso, há o julgamento da cassação da chapa Dilma/Temer no STJ, marcado para os próximos dias. Em resumo, é a hora. São muitos os motivos. Não há mais caminho para o saldo da eleição de 2014. À minha humilde ótica o melhor meio para depurar o meio e o ambiente seria aprovar uma Emenda à Constituição (PEC) prevendo novas eleições caso Temer renuncie ou seja cassado. Se Temer sair e ficarem parlamentares como, por exemplo, Renan Calheiros, Romero Jucá, Edson Lobão, Jáder Barbalho, Rodrigo Maia (veja relação abaixo) a faxina terá sido pela metade.


ELEIÇÃO INDIRETA TEM
DOIS COMPLICADORES

O caminho regular seria a eleição indireta, conforme diz o parágrafo 1º do artigo 81 da Constituição: “Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos [presidente e vice] será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei”. Aí o primeiro problema: a lei mencionada no texto constitucional não existe. Significa que o Legislativo teria de votar, a toque de caixa, a regulamentação do processo eleitoral indireto. O segundo problema, para mim o mais difícil, é encontrar um nome para o lugar de Temer. O barro é conhecido. O nome até que poderia sair de fora do Congresso, mas seria esse Congresso bichado e eivado de corruptos que faria a escolha. Outro balcão sedutor. Seria pouco provável que se recorresse ao balcão? Nada disso, veja que, mesmo presos, Eduardo Cunha e Zé Dirceu continuaram a receber propinas. A Lava jato em plena atividade não impediu que mais propinas fossem pedidas. Caso do Neves.



PARLAMENTARES ACUSADOS
NA OPERAÇÃO LAVA JATO

Renan Calheiros (PMDB-AL)
Aníbal Ferreira Gomes (PMDB-CE)
Roseana Sarney (PMDB-MA)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
João Alberto Pizzolatti (PP-SC)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Vander Santos Loubet (PT-MS)
Cândido Vaccarezza (PT-SP)
Gleisi Hoffman (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
Simão Sessim (PP-RJ)
Arthur Pereira de Lira (PP-AL)
Benedito de Lira (PP-AL)
José Mentor (PT-SP)
José Otávio Germano (PP-RS)
Fernando Ramos Faria (PP-MG)
Eduardo Henrique Silva (PP-PE)
Aguinaldo Velloso Ribeiro (PP-PB)
Aline Lemos Andrade (PP-SP)
Carlos Magno (PP-RO)
Ciro de Nogueira (PP-PI)
Dilceu João Sperafico (PP-PR)
Gladson de Lima Cameli (PP-AC)
Jeronimo Pizzolotto (PP-RS)
João Felipe de Souza Leão (PP-BA)
João Luiz Argôlo (SD-BA)
João Sandes Junior (PP-GO)
José Afonso Ebert Hamm (PP-RS)
José Linhares da Ponte (PP-CE)
José Olimpio Silveira Moraes (PP-SP)
José Otávio Germano (PP-RS)
Lázaro Botelho Martins (PP-TO)
Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz Ramos Faria (PP-MG)
Mário Negromonte (PP-BA)
Nelson Meurer (PP-PR)
Pedro Corrêa de Oliveira (PP-PE)
Pedro Henry Neto (PP-MT)
Renato Delmar Molling (PT-RS)
Roberto Balestra (PP-GO)
Roberto Pereira de Britto (PP-BA)
Roberto Sergio Teixeira (PP-PE)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Simão Sessim (PP-RJ)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vilson Luiz Covatti (PP-RS)
Waldir Maranhão (PP-MA)
Collor de Mello (PTB-AL)
Antonio Augusto Anastasia (PSDB-MG)
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[1] Está no livro ASSASSINATO DE REPUTAÇÕES, de Romeu Tuma Júnior.