Está a um passo de ser aprovada uma mudança no sistema eleitoral. O país deixa o sistema proporcional com lista aberta para adotar o sistema já batizado de DISTRITÃO. São três mudanças principais, bem simples e maléficas: cada estado ou município vira um distrito eleitoral; são eleitos os candidatos mais votados; não são levados em conta os votos para o partido ou a coligação. Na prática, a eleição para deputado federal, estadual e vereador torna-se uma eleição majoritária, como já acontece na escolha de presidente da República, governador, prefeito e senador.
O modelo é perverso e torna mais frágil ainda a democracia. Acaba com os famosos "puxadores de votos" (Tiririca é um exemplo), mas apresenta vícios que enfraquecem os partidos, coligações e fortalecem o individualismo, o conhecimento (eleitoral) e o dinheiro. Essa aprovação agora é quase uma vacina contra a queimação de muitos políticos envolvidos com a Lava Jato. Desse modo, o foco das campanhas tende a passar para os candidatos, em detrimento de programas e partidos e leva vantagem quem tem mais recursos e conhecimento, como os candidatos mais conhecidos por anos de atuação e as celebridades, tornando mais difícil a renovação.