Quando não há acordo ou quando se procura somente uma desculpa ou, ainda, uma saída fácil para enganar a opinião pública o resultado é desastroso; a emenda sai sempre muito pior. É o caso da reforma eleitoral que ninguém consegue, pelo menos, alinhavar. E aí as propostas MONSTRO passam a surgir, todas com o objetivo somente de sossegar a ansiedade do eleitor já tão castigado. A última proposta é produção do polêmico ministro Gilmar Mendes, que quer tornar O HORÁRIO ELEITORAL MAIS BARATO. Sugere o presidente do TSE, Gilmar Mendes (proposta já entregue ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia-DEM-RJ), uma alteração radical na forma como são produzidos hoje os programas no horário eleitoral na TV e no rádio. Como o objetivo é reduzir o custo das campanhas e retirar qualquer toque de “superprodução” das peças que vão para o ar.

O texto da sugestão prevê que a gravação da propaganda eleitoral seja feita em estúdio, com proibição expressa de uso de cenários, gravações externas, computação gráfica e “quaisquer efeitos especiais”. A proibição vale para qualquer tipo de propaganda eleitoral, inclusive inserções. Na gravação serão permitidos tão somente pódio, cadeira ou mesa de apoio para o candidato, e exibição da sigla e símbolo do partido”, diz a proposta. Atores e locutores também são vetados, já que o texto prevê expressamente que será proibida “qualquer participação, direta ou indireta, de terceiros, seja por meio de imagem ou voz, ao vivo ou gravada”.



Com ares de gênio, Mendes acrescenta que o sistema precisa ser revisto porque é preciso levantar quais são os gastos. Depois justifica: "levei uma proposta de baratear o sistema de divulgação, a televisão, e tudo mais, fazendo isso de uma maneira mais simples possível, encerrando essa história de imagens externas, tecnicalidades, fazendo a propaganda meramente no estúdio”. É uma desgraça que só uma mente doente e sem respeito ao povo e a democracia pode produzir. Que papel (e audiência) tal monstro teria na escolha de um bom candidato?