Do outro lado estão as apáticas oposições, que deveriam estar comemorando. Tasso Jereissati, do PSDB, tentou segurar Eunício com a ameaça de se candidatar ao governo. Está no chove não molha. No momento, TJ está mais preocupado com a disputa pela presidência do PSDB, depois de ser demitido da interidade pelo presidente afastado Aécio Neves, com uma carrada de processo no lombo. Já o deputado Capitão Wagner, do PR, que concorreu à prefeitura de Fortaleza e até pensava em uma candidatura ao trono de Camilo Santana, ficou meio sem palavras e acabou somente por cobrar coerência. É pouco. As oposições deveriam pensar melhor na dimensão eleitoral dessa aliança tríplice. Entre os oposicionistas quem está pensando com mais serenidade é o vice-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, um dos líderes do PR.

- Vamos deixar a poeira baixar. O eleitor não gosta que empurrem para ele situações "vitoriosas". Às vezes se revolta porque não gosta que decidam por ele. Situações assim são ideais para surpresas de nome novos e limpos".

Em seu largo tempo de janela, Pessoa, que foi candidato a vice de Eunício Oliveira na campanha passada ao governo, fala com razão e fundamento. Já vi situações de alianças que fecham um arco partidário antes oposicionista que resultaram na derrota do grupão aliado para um nome novo. Foi assim com o governador Wellington Dias (PT), no Piauí em 2002 (primeira eleição ao governo). Todos pensavam que a união (à época) do então governador Hugo Napoleão (PFL), postulando um segundo mandato, em aliança com o prefeito Firmino Filho (PSDB), de Teresina, levaria a eleição num arrastão. Deu Wellington Dias no primeiro turno. Naquela ocasião, Dias não tinha voto para se reeleger a deputado federal. Francisca Trindade (tomaria o lugar dele) foi eleita com larga votação a deputada federal e morreu cerca de um ano depois, vitimada por um fulminante AVC. Dias ia disputar a vaga de senador para perder pelo maior. Logo depois da aliança fechada, trocou de posição com Roberto John, que seria o candidato figurativo petista ao governo.