Claro que um governante pode ter responsabilidade pelo mau combate em uma situação como o flagelo da pandemia, que vivenciamos sem muita habilidade. Pode ter errado e comprometido alguns procedimentos e até mesmo implicado em perdas de vida. Faz parte do processo e até as equipes médicas passam por tais provações. Agora, daí a ser um genocida vai uma distância incalculável, ainda mais se levado em conta que o presidente foi apeado do poder de gerência na contenda (Estados e Municípios) pela decisão inusitada do STF. Quem é o responsável pelas mortes decorrentes da Covid-19 no Ceará, no Piauí e na Bahia, três estados petistas, que até criaram um consórcio para gerenciar a crise? E em São Paulo, de Dória? Para demonstrar seu inconformismo, poderia até ter ficado calado, mas o presidente preferiu questionar repetidamente tais medidas, sobretudo o lockdown, traduzido como “isolamento social ampliado”, de realmente duvidoso resultado na história.
E não faltaram ingredientes picantes para jogar mais combustível na fogueira. O fole da forja da rede Globo, desengordurada em milhões de reais em patrocínios e publicidade, funciona incansável para desgastar e derrubar o carrasco. Se o Brasil experimentou dois impeachments em pouco mais de 24 anos, por que não poderia chegar a um terceiro antes dos 30? É essa aí a aposta que fazem os partidos de oposição, sobretudo o corrupto PT e alguns oportunistas com mandato.
Há diferenças entre o impeachment de Collor de Mello e o de Dilma Rousseff e mais ainda há em relação a abertura de um processo com Bolsonaro. É base fundamental para estabelecimento do impedimento o crime de responsabilidade. Se apareceram com clareza nos casos Collor e Dilma essa nitidez não assoma na atuação de Bolsonaro, afastado da dita responsabilidade pelo STF. Assim sendo, em foco a responsabilidade, vale estabelecer um comparativo e refletir se comete crime de responsabilidade e até mesmo genocídio quem praticou de forma direta ou em conluio com grupos de “companheiros” de partidos e empresários um processo de corrupção nunca visto na história brasileira. Há quem estime que o rombo global no tesouro da União, incluindo empresas como a Petrobras, fundos de pensão, hidrelétricas e outras instituições do poder públicos, alcança a soma assombrosa de R$ 3 trilhões. Somente em 2015, os impactos diretos e indiretos da Lava Jato na economia suprimiram R$ 142,6 bilhões da economia brasileira, o equivalente a uma retração de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo estudo da consultoria GO Associados.
Se no caso da pandemia há um ente causador explícito, o Coronavírus, a ceifar vidas, no caso da corrupção reina a silenciosa covardia. Por ação deliberada de corruptos, serviços e intervenções do poder estatal por todo o país deixaram de ser realizados, resultando em perdas de vida imensuráveis, sobretudo na saúde, seja naqueles momentos, nas filas dos hospitais, na falta de remédios, de profissionais e equipamentos, com alcance até os dias de hoje com o roubo dos recursos que impediram a construção de novos hospitais e suas UTIs, que hoje tanta falta fazem. Mas construíram suntuosos estádios para a Copa do Mundo, monumentos indisfarçáveis ao desperdício e a corrupção (veja o link: (https://exame.com/revista-exame/monumentos-a-corrupcao/). E nem precisamos falar de crianças que ficaram sem escola e sem futuro, de pessoas que morreram nas estradas que não tinham verba (roubada) para recuperação e ampliação ou milhões de pessoas que tiveram de morar em tugúrios inumanos, pisando e bebendo na lama das ruas.
É preciso observar com paciência e isenção, como exige o tratamento da Covid-19, o momento conturbado, duro, trágico que provamos. O que se vê, infelizmente, é a dureza de gestos, acusações insensatas, o ódio e não a compreensão, a solidariedade e o perdão, que pensávamos ser o legado maior do pós-pandemia. É hora de desarmar, de ajudar, de buscar soluções, porque tudo vai passar. A VACINA JÁ EXISTE E ESTÁ FUNCIONANDO. Será que é isso que desagrada? Afinal, prologando mais um pouco a agonia e a morte de tantas pessoas chegam as próximas eleições...