O tempo corre inegociável e os partidos, e mais que os partidos, seus donos, correm à luta para tornar mais confortáveis o espaço que ocupam, em busca de concretizarem seus desejos de poder. Claro, que nesse fuçar, o tom dos enfrentamentos que surgem do jogo de empurra tendem a subir. O que todos fazem neste momento-tempo de pré-campanha é marcar posição, na tentativa de encontrar o nexo (com eleitor) que possa conduzir ao desiderato. E nesse jogo, vale buscar as vacinas para os males que cada um carrega (e sempre há), colocar pechas nos adversários (para usar depois – na mídia), deixar nítidas as plataformas e o conteúdo do discurso, estabelecendo diferenças mesmo naquilo que será comum a todos.

Os exemplos estão por aí para provar.

A presidenta Dilma Rousseff decidiu se apropriar da Petrobras, debaixo do fogo da oposição, que tenta impingir ao governo o carimbo da corrupção (que dará o tom da campanha), dizendo que vai apurar tudo, deixando bem marcado seu território:
– Quem errou será punido. E nós acreditamos na Petrobras. Nós acreditamos mil vezes na Petrobras – ressaltou a presidenta.

O presidenciável Eduardo Campos e Marina, no mesmo dia, fizeram um ato lançando a candidatura de oposição e os dois também deixaram a sua marca forte no terreno de campanha:
- Cansou esse modelo de governo de coalizão de diversos partidos. No meu governo ninguém terá ministério para chamar de seu – disse Eduardo Campos

No Ceará, que pode viver o exemplo Bahia (união de PMDB, PSDB e DEM para disputar o governo e apoiar Aécio), o governador Cid Gomes buscou uma vacina contra os ataques de agora e dos muitos que virão na campanha ao ponto fraco do seu governo – a segurança:
- Estou com a consciência do dever cumprido na segurança, disse.

Do lado de lá, o vacilante adversário de Cid Gomes na disputa do governo do CE, senador Eunício Oliveira (PMDB), que tenta aqui o acordo já fechado na Bahia, fez um comício antecipado em Russas (zona sul do CE), na tentativa de marcar suas diferenças com o ex-aliado governador, mas nada disse que estabelecesse tais diferenças. Em baixo tom, soltou alguns pontos, que deveriam assumir maior importância.
- O modelo atual não pode mais avançar. Chegou a nossa vez e vamos trabalhar bem a segurança, as águas e a saúde – revelou Eunício.


Deveria ter colocado mais convicção nas posições que assumiu, que poderiam ser boas, ainda que prenhes de contradições. Talvez aí os limitadores do pré-candidato. A saúde, até um dia desses ele elogiava, e, na segurança, terá primeiro de se livrar das suas empresas que vendem segurança privada. God save the people!