No Cenário nacional, em que pese o pouco prazo que resta, o
quadro também é nebuloso, pelo menos pelas bandas do Planalto (leia-se PT,
principalmente). A presidente Dilma Rousseff está em uma região perigosa, com a
reeleição em perigo (hoje, ela perderia) quase na fase da transformação, como acontece
com as lagartas. Se cair mais, nos próximos 45 dias, ela vai virar um casulo e
dar origem a uma borboleta chamada Lula da Silva. Claro que sei que no recente
seminário do PT o nome dela saiu escolhido pelos presentes e pelo próprio
esperto Lula, que prepara a transformação à socapa. O PT, porém, e
principalmente seu maior aliado, o PMDB, não aceitará o risco da guilhotina,
sabendo que o “Borboleta” (que já foi o agente “Barba”) está, hoje, em melhor
condição para enfrentar o embate eleitoral.
Vamos ver a última pesquisa. O Datafolha, em sua última
coleta sobre a intenção de voto do eleitor para presidente da República, trouxe
que Dilma Rousseff (PT) tem 37%, contra 38% dos 11 demais candidatos somados,
levando em conta o cenário com os pequenos partidos. Significa segundo turno.
No mesmo cenário, sacando Dilma e colocando Lula da Silva, ele aparece com 49%
contra 32% dos demais candidatos (veja resultados individuais abaixo). O Datafolha
apontou ainda que 58% dos entrevistados indicaram que o ex-presidente Lula da
Silva deveria ser o candidato do PT à Presidência. Apenas 19% disseram que
Dilma deveria ser a candidata da legenda, 5% disseram que nenhum dos dois e 18%
não responderam. Importante também é o sentimento do eleitor com relação ao
próximo governo (prestem atenção): 74%
do eleitorado quer mudanças. O problema é quem parece, segundo o
eleitor, preparado para fazer essas mudanças. Os rumos do Brasil (e afeta
também os Estados) podem determinar, conforma a pesquisa, mudanças radicais na
preferência do eleitor: 60% admitiram
que podem mudar o voto caso haja uma deterioração das condições econômicas
(inflação, notadamente). O quadro está claro, agora saber dele tirar
proveito para construir uma vitória é outra conversa.
CENÁRIO UM
- Dilma Rousseff (PT): 37%
- Aécio Neves (PSDB): 20%
- Eduardo Campos (PSB): 11%
- Pastor Everaldo (PSC): 3%
- Denise Abreu (PEN): 1%
- Eduardo Jorge (PV): 1%
- José Maria (PSTU): 1%
- Randolfe Rodrigues (PSOL): 1%
- Eymael (PSDC): 0%
- Levy Fidelix (PRTB): 0%
- Mauro Iasi (PCB): 0%
- Brancos/nulos/nenhum: 16%
- Não sabe: 8%
- Aécio Neves (PSDB): 20%
- Eduardo Campos (PSB): 11%
- Pastor Everaldo (PSC): 3%
- Denise Abreu (PEN): 1%
- Eduardo Jorge (PV): 1%
- José Maria (PSTU): 1%
- Randolfe Rodrigues (PSOL): 1%
- Eymael (PSDC): 0%
- Levy Fidelix (PRTB): 0%
- Mauro Iasi (PCB): 0%
- Brancos/nulos/nenhum: 16%
- Não sabe: 8%
CENÁRIO DOIS
- Lula: 49%
- Aécio: 17%
- Campos: 9%
- Pastor Everaldo: 2%
- Denise Abreu: 1%
- Eduardo Jorge: 1%
- José Maria: 1%
- Randolfe Rodrigues: 1%
- Eymael: 0%
- Levy Fidelix: 0%
- Mauro Iasi: 0%
- Brancos/nulos: 12%
- Não sabe: 7%
- Aécio: 17%
- Campos: 9%
- Pastor Everaldo: 2%
- Denise Abreu: 1%
- Eduardo Jorge: 1%
- José Maria: 1%
- Randolfe Rodrigues: 1%
- Eymael: 0%
- Levy Fidelix: 0%
- Mauro Iasi: 0%
- Brancos/nulos: 12%
- Não sabe: 7%