Mesmo a contragosto o presidente estadual do PPS, Alexandre Pereira, que já foi um opositor roxo e agora virou um empedernido governista, teve de seguir a orientação nacional do partido – arriscando o seu cargo de secretário no governo do Ceará – de só fechar a coligação com o PROS se não houvesse petista disputando cargo majoritário. E há. O próprio integrante maior do clã, secretário de Saúde, Ciro Gomes, foi quem confirmou ao anunciar que o candidato que a coligação vai apoiar ao Senado deve mesmo ser indicado pelo PT, mas “nós queremos o PCdoB conosco”. A título de consolo, alinhavou que “a chapa não está fechada, nós ainda temos uma vaga de vice. Não estou querendo dizer que vai para cá ou para acolá, mas pragmaticamente o que temos hoje para o Senado é o compromisso com o PT", garantiu o Gomes mais velho.
O lenitivo serviu ao menos para adiar a decisão de quem
preferia não tomá-la. Alexandre Pereira vai segurar tudo para uma reunião com o
presidente nacional da sigla, deputado Roberto Freire (SP e já PE) no fim de
semana, quando espera que as chapas estejam mais claras. É só uma trégua para
chorar as mágoas, afinal gosta do cargo de secretário e está fazendo tudo para mantê-lo,
mesmo em caso de o apoio ir para outro lado. Alexandre Pereira planejou tanto o
atual estágio que vive, junto com o companheiro Robinson de Castro, hoje no DEM
e também secretário, só que de Fortaleza, que lhe dói demais um desenlace. O
PCdoB também decidiu segurar um pouco a decisão final, entendo que ainda há
espaço de negociação (todos esqueceram o bom jogo de barriga que faz o clã, até
a casa do sem jeito).
Deputado federal Roberto Freire
Sem embargo, os escassos dias que restam para o fechamento
das convenções (até meia-noite de 30/06/14) reservam grandes lances na
definição dos nomes dos diversos partidos e coligações para a sucessão majoritária
do Ceará, ainda que as bancadas federal e estadual também tenham importância. O
pré-candidato do PMDB, senador Eunício Oliveira, abriu a negociação final para
compor o seu grupo de apoio, pensando em reunir ao seu lado, como candidato
alternativo de governo, os gatos pingados da oposição. Conversa com Tasso
Jereissati (PSDB) e com Roberto Pessoa (PR), deixando incerto, desse modo, seu
foco político nacional: o PT (e também do PMDB dele) de Dilma Rousseff ou o
PSDB de Aécio Neves, mesma “escolha de Sofia” que vice o PPS. Afeito ferrenhamente
ao poder, Eunício tenta costurar uma candidatura de palanque livre, ou seja, ele apoiaria Dilma, mas ela não
viria ao Ceará (Lula ficaria livre), Tasso ficaria, como já está, com Aécio
Neves, podendo trazê-lo para o seu palanque isolado de candidato ao Senado, se
topar, enquanto Roberto Pessoa, na vice, poderia, igualmente, ficar com quem
quisesse, isoladamente, é claro. Uma
mixórdia difícil de executar. O que Jereissati, notadamente, e Roberto
Pessoa defendem é um palanque único, no caso, o de Aécio Neves, certos de que agradar
a todos é uma complicação que o eleitor não vai entender.
Meu amigo Ruy Câmara, no distante território americano do
Norte, mas não desligado dos fatos ocorrido aqui na aldeia, descreveu
comentário onde diz ter entendido que o PPS já teria decidido pelo apoio ao
PSDB e teceu loas à decisão de Alexandre Pereira e liderados, embora ainda não
concretizada, mas valendo a pena apresentar:
A moçada do PPS do Ceará, sob a liderança de Alexandre Pereira,
demonstrou maturidade e coerência negar apoio a um petista aventureiro e ao
declarar apoio a Aécio Neves e Tasso Jereissati, essa dupla de homens honrados,
qualificados e dispostos a empreender as mudanças que o Brasil e nós,
brasileiros, clamamos. O Ceará e o Brasil, agora mais do que nunca,
precisam de Tasso Jereissati e tudo nos leva a crer que ele tem plena
consciência de que é hora de desatar o nó para que Aécio tenha um palanque
forte no Ceará.
Penso, sinceramente que, estando Aécio Neves (presidente); Eunício Oliveira (governador); Roberto Pessoa (vice-governador); Tasso Jereissati (senador); Moroni Torgan (federal) no mesmo palanque, tanto Dilma, quanto a oligarquia sobralense e a banda velhaca do PT, amargarão uma derrota humilhante nas urnas. Tudo indica que a aliança se concretizará a qualquer momento (o Ceará torce para que isso ocorra), e só então poder-se-á vislumbrar o fim melancólico da hegemônica oligarquia de Sobral.
Penso, sinceramente que, estando Aécio Neves (presidente); Eunício Oliveira (governador); Roberto Pessoa (vice-governador); Tasso Jereissati (senador); Moroni Torgan (federal) no mesmo palanque, tanto Dilma, quanto a oligarquia sobralense e a banda velhaca do PT, amargarão uma derrota humilhante nas urnas. Tudo indica que a aliança se concretizará a qualquer momento (o Ceará torce para que isso ocorra), e só então poder-se-á vislumbrar o fim melancólico da hegemônica oligarquia de Sobral.
Sobra a nós, meros espectadores, o compasso da espera.