Posso até ter – e tenho – reparos e críticas ao período em que Fernando Henrique Cardoso governo (8 anos), mas não dá para não levar em conta a proposta que o tucano FHC fez ao seu colega ex-presidente, o petista Luís Inácio Lula da Silva (também governou por 8 anos e mais 4 governa sua correligionária Dilma):

Por que não nos juntamos para corrigir o que de malfeito há na vida política brasileira, em vez de jogar pedras uns nos outros? O Brasil se cansou de ataques infundados. O país percebe que seu futuro depende de decisões honestas e corajosas, entre as quais a de evitar que o debate eleitoral se restrinja a baixarias e falsas acusações. (Folhapress).

E o que respondeu o honorável mestre Lula da Silva:
‘‘Eu não leio Fernando Henrique (Cardoso)”.
A proposta de FHC surgiu depois de uma troca de pesadas farpas entre os dois ex-presidentes. Durante um evento de campanha da senadora petista Gleisi Hoffmann, candidata a governadora do Paraná, Lula havia dito que FHC desmantelou instrumentos de combate à corrupção na época em que dirigia o país. Disse ainda que a primeira iniciativa de Fernando Henrique na Presidência foi extinguir a comissão geral de investigação criada pelo governo anterior (Itamar Franco), e que, depois, ele nomeara o “engavetador-geral da República (o ex-procurador-geral Geraldo Brindeiro) e engavetaram os casos Sivam, pasta rosa e a compra de votos, num total de 459 inquéritos criminais, quatro contra o próprio FHC”.

Cardoso respondeu os ataques com um artigo em que escrevendo artigo em que acusava Lula de promover “baixarias e falsas acusações”, de ser “incapaz da autocrítica” e de tentar “distrair a opinião pública jogando culpa nos outros”. FHC chegou a citar o mensalão, afirmando que em nenhum momento Lula explicou de forma detalhada os acontecimentos que levaram ao maior escândalo de corrupção da história republicana. Cita ainda FHC que na viagem para o sepultamento de Nelson Mandela, na África do Sul, tinha sugerido a Lula que virasse “esta página, já julgada pela suprema corte”, ao invés de continuar “distorcendo fatos para dizer que todos fizeram algo parecido. Eu não caio nessa cilada”.

Valia a pena, sim!