Domingo de sol firme, brilhante e as ruas com grande movimento. Em alguns pontos, como na Washington Soares, da saída (ou entrada) do Porto da Dunas até o viaduto da curva do Iguatemi, pouco depois do péssimo shopping Salinas, um lado e o outro da avenida estavam repletas de militantes (pagos, é claro), com bandeiras grandes, mais ou menos de 2 metros x 1, posicionados a cada 50 metros, agitando, sem muito entusiasmo, a bandeira. Consegui ver que as bandeiras pertenciam a Eunício (PMDB), governador (predominante no centro da bandeira) e Tasso Jereissati, senador, bem pequeno logo abaixo do cabeça de chapa.

Vi que o mundaréu de bandeiras não entusiasmava os passantes. Não sei o que pensavam os outros transeuntes, mas eu só pensei na fortuna que estava sendo gasta ali, mas que, pelo menos, estava empregando pessoas que quase nada têm. Uma distribuição de renda eleitoral e uma compra de voto antecipada. De que outra forma essas pessoas iriam ver o dinheiro de Eunício Oliveira e de Tasso Jereissati? Segui na avenida e quando a deixei e peguei a Sebastião de Abreu, que passa por trás do Iguatemi, percebi à direta de quem vai no rumo do mar, antes uma quadra da avenida Padre Antônio Tomás, o rico comitê do candidato do clã Gomes, Camilo (PT), em fase de conclusão, no terreno onde foi a casa do ex-senador Sergio Machado, há oito anos aboletado na Transpetro, subsidiária de logística da saqueada Petrobras, ora alvo de uma CPI fajuta.

Bem, e está só começando, pensei. Vai correr muito, muito, muito mais dinheiro. Gosto disso, pois vai para diversos segmentos prestadores de serviço, a maioria de média e baixa renda. Mas, não consigo impedir que venha à minha memória a velha frase dita pelo arcebispo Aloísio Lorscheider (já falecido) quando esteve na Diocese de Fortaleza:

“QUEM GASTA MUITO DINHEIRO EM UMA CAMPANHA ELEITORAL ROUBOU, ESTÁ ROUBANDO OU VAI ROUBAR”.