O candidato a governador do Ceará, pelo PMDB, Eunício Oliveira, pensa que esclareceu sua posição ao responder aos vereadores petistas de Fortaleza de que está agindo com excessiva discrição no seu apoio a presidente Dilma Rousseff, do PT. Ao contrário: só deixou mais estabelecida a mixórdia política em que assentou a candidatura dele. Apesar de jurar apoio, não terá a candidata Dilma Rousseff pedindo voto para ele em seu palanque e muito menos o ex-presidente Lula. Os dois estarão no palanque do seu adversário, Camilo Santana, que é do PT. Significa que vai ficar roendo, rodando as biqueiras da casa e jurando amor a candidata petista, que dará o calado como resposta. Eunício não terá um candidato presidencial para chamar de seu. Poderá ter no seu Próprio palanque, no máximo, o candidato a vice-presidente, Michel Temer, seu colega de PMDB, e, ainda assim, estará sozinho, pois o seu vice, Roberto Pessoa, do PR, não estará junto e seu companheiro de chapa ao Senado, Tasso Jereissati, do PSDB, está de malas e bagagem na campanha do colega (não escrevo companheiro porque essa palavra está carregada de significados ruins) tucano Aécio Neves.

Com seu posicionamento de amar sem ser correspondido, que desagrada seus companheiros de chapa, o peemedebista reza, em companhia do avoado sócio minoritário Gaudêncio Lucena, para que, pelo menos, a candidata Dilma não venha ao Ceará – para o palanque do candidato do clã Gomes, é claro. Bom mesmo, revelam os arautos da campanha de Eunício, seria se também o ex-presidente Lula ficasse ausente do território cearense. Agora, se as gambiarras políticas forem impedimento da presença nos estados, Dilma e Lula farão campanha sem sair do Planalto.

Mas, pode apostar que se Dilma Rousseff der qualquer sinal de chegar ao segundo turno atrás do Aécio Neves, o candidato peemedebista deserdado do PT irá de olho baixo se jogar nos braços do tucano.

O poder realmente exerce um fascínio (seria só isso?) inacreditável em alguns políticos!


SE NÃO TEM MILIONÁRIO, COMO A CAMPANHA É RICA

Está virando uma encenação burlesca a campanha eleitoral no Ceará para a escolha do novo ocupante da cadeira de governador, em substituição a Cid Gomes. O candidato do PMDB, senador Eunício Oliveira sofre a dor de um apoio sem correspondência e o desgosto de não ter um candidato presidencial para chamar de seu. Mas não deixa de jurar apoio, a espera de não ver, em seu território, a candidata presidencial do PT e seu companheiro “Sancho Pança”.

Enquanto o peemedebista sofre crise de relacionamento, mas não abre mão de uma campanha rica e deixa companheiros de tocaia, o adversário, Camilo Santana, do PT, vê a troica de chefes responder os ataques à altura, e tenta imitá-los com mordaz ironia, mas o resultado não soa bem, apesar da ajuda do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros), que já passou por isso. Preste atenção: o candidato petista do clã disse, meio sem jeito, sem olhar ao lado e tampouco para trás, que a chapa majoritária governista “não tem nenhum milionário” e é composta de gente que “não ganha dinheiro no serviço público”. Sobre as ofensas trocadas por arautos das duas campanhas, ensina com sua diminuta experiência e currículo que o eleitor compare a história dos candidatos.

Candidato Camilo, menos. Todos por aí ganham dinheiro público e, quanto a ser muito ou pouco, há controvérsias. Seu pai mesmo é aposentado como deputado com apenas dois ou três mandatos. E se na sua campanha não há milionário, também há controvérsias, pois é tão rica quanto a do seu adversário. Sobre as histórias... Treine mais, candidato!