Enquanto em Brasília, a candidata Dilma Rousseff (PT) se manifesta incomodada e quer humanizar sua imagem de “gerentona”, que criou na campanha anterior, como a “mãe do PAC”, no Ceará, os candidatos Camilo Santana (PT do clã Gomes) se exibe como um “gerentão” de ações no campo e na cidade, e Eunício Oliveira busca passar imagem de empresário bem sucedido que pode cuidar com igual êxito das demandas do Estado. O que a mim parece verdade é que tanto um como o outro está forçando a barra na colagem dos atributos da imagem que querem vender ao eleitor.
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
O candidato Eunício Oliveira (PMDB) chega até ser pedante na sua tentativa de vender uma imagem de empresário bem sucedido, que pode cuidar com igual êxito das demandas do Estado. Felizmente, o empresário Ermírio de Moraes não ouviu isso, pois era a prova de que tal ligação não funciona. Morreu no final de semana, aos 86 anos. Era um crítico ferrenho da burocracia estatal e chegou a concorrer ao governo de São Paulo em 1986. Foi derrotado por Orestes Quércia, do PMDB. Em 2002, manifestou apoio a José Serra e nova desilusão. Os dois primeiro dias de programa foi um porre de pieguice, mais do lado do PMDB, para mostrar a infância e de como os dois candidatos saíram para fazer uma vida bem sucedida.
Sobram, no caminho de fazer uma imagem vitoriosa, o candidato Aílton Lopes (PSOL) e a candidata Eliane Novais (PSB). O primeiro aplica o modelo do seu partido de usar o espaço na TV para exercitar um confronto ideológico uma estratégia que não tem dado resultado ao longo dos anos. Aílton tem, contudo, revelado criatividade e uma certa dose de humor, tornando alegre sua estéril missão. Já a candidata do PSB, Eliane Novais, ainda não mostrou qualquer caminho. Só repete a homenagem mal elaborada a Eduardo Campos e fica com o olhar perdido no vídeo, como se nada mais houvesse a ser dito. Quando ele quis falar, como no debate da TV O Povo, o que saiu não tinha pé nem cabeça, foi apenas um apelo descabido ao nome da candidata Marina Silva.