A presidenta/candidata Dilma Rousseff (PT) queimou ruim por ter sido chamada de “gerentona” pela candidata Marina Silva (PSB). A herdeira eleitoral do Eduardo Campos cutucou a adversária com vara curta ao dizer que o Brasil não precisa de um "gerente" presidente. A petista, que já foi colega de ministério da adversária do PSB, rebateu a crítica de forma acre, dizendo que a fala da socialista era “uma temeridade” e que só podia sair “quem nunca teve experiência administrativa”. E não foi só isso, a presidenta acrescentou que precisa “dar conta de todas as obras” e de programas como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, além da relação com o Congresso, conselhos e entidades. Apesar da reação, é fato que a imagem de “gerentona” foi criada no decurso da campanha passada por sua equipe de marketing e sob a orientação de Lula da Silva, que criou para ela imagem de “mãe do PAC”. Na campanha de reeleição, Dilma, que impôs o uso do nome de PRESIDENTA, que mudar a imagem, mostrando uma face mais humana, mas sem perder o perfil de uma mulher que dá ênfase as obras e programas de governo.
Enquanto em Brasília, a candidata Dilma Rousseff (PT) se manifesta incomodada e quer humanizar sua imagem de “gerentona”, que criou na campanha anterior, como a “mãe do PAC”, no Ceará, os candidatos Camilo Santana (PT do clã Gomes) se exibe como um “gerentão” de ações no campo e na cidade, e Eunício Oliveira busca passar imagem de empresário bem sucedido que pode cuidar com igual êxito das demandas do Estado. O que a mim parece verdade é que tanto um como o outro está forçando a barra na colagem dos atributos da imagem que querem vender ao eleitor.
Camilo Santana não teve nem tempo para tanto; está mais para o tampouco. Começou a carreira há pouco mais de 10 anos e abraça dois insucessos para a prefeitura de Barbalha. Foi achado pelo governador Cid Gomes (hoje no Pros) depois da última derrota e foi trazido para ser secretário de Agricultura. Com esse adjutório, conseguiu ser deputado estadual. Cid o ajudou na eleição e o manteve no segundo governo, transferindo-o para a secretaria de Cidades, pouco antes de explodir o escândalo dos Kits Sanitários, que envolveu também o conselheiro do TCE, Teodorico Menezes e o filho Teo Menezes, que era PSDB e hoje está no DEM. Prestígio com o governador Cid Gomes nunca lhe faltou. Quase sai candidato a prefeito de Fortaleza e agora foi o nome da algibeira de Cid Gomes para derrubar uma lista de pelo menos seis nomes do Pros e do PT. Está certo, talvez fosse o melhor nome que o clã pudesse lançar, mas esticar a corda do trabalho e da experiência é demais. Façam do jeito tradicional. Mostrem as obras do governo, que são muitas, e digam que ele vai continuar o grande trabalho de Cid Gomes. É mais honesto. Camilo mesmo não tem nada que seja relevante. Como secretário de Agricultura só se vê seca e miséria, como secretário de Cidades, pouca coisa além dos kits sanitários.
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
O candidato Eunício Oliveira (PMDB) chega até ser pedante na sua tentativa de vender uma imagem de empresário bem sucedido, que pode cuidar com igual êxito das demandas do Estado. Felizmente, o empresário Ermírio de Moraes não ouviu isso, pois era a prova de que tal ligação não funciona. Morreu no final de semana, aos 86 anos. Era um crítico ferrenho da burocracia estatal e chegou a concorrer ao governo de São Paulo em 1986. Foi derrotado por Orestes Quércia, do PMDB. Em 2002, manifestou apoio a José Serra e nova desilusão. Os dois primeiro dias de programa foi um porre de pieguice, mais do lado do PMDB, para mostrar a infância e de como os dois candidatos saíram para fazer uma vida bem sucedida.
Sobram, no caminho de fazer uma imagem vitoriosa, o candidato Aílton Lopes (PSOL) e a candidata Eliane Novais (PSB). O primeiro aplica o modelo do seu partido de usar o espaço na TV para exercitar um confronto ideológico uma estratégia que não tem dado resultado ao longo dos anos. Aílton tem, contudo, revelado criatividade e uma certa dose de humor, tornando alegre sua estéril missão. Já a candidata do PSB, Eliane Novais, ainda não mostrou qualquer caminho. Só repete a homenagem mal elaborada a Eduardo Campos e fica com o olhar perdido no vídeo, como se nada mais houvesse a ser dito. Quando ele quis falar, como no debate da TV O Povo, o que saiu não tinha pé nem cabeça, foi apenas um apelo descabido ao nome da candidata Marina Silva.