É tanto apoio que nem cabe na foto. Ruim é posicionar
A mim tem soado maçante a disputa dos dois principais candidatos ao governo do Ceará do apoio da recandidata presidencial Dilma Rousseff e do seu chefe, o ex-presidente Lula da Silva, ambos do PT. Se houvesse respeito à fidelidade partidária nem se discutiria: os dois apoiariam o candidato do mesmo partido (PT), Camilo Santana, ainda que este seja mais Cid Gomes do que Petista. Mas o fato é que o candidato alternativo (e não de oposição, porque ele é governo lá e cá) Eunício Oliveira (PMDB) está disputando pesado apoio igual dos dois (Dilma e Lula), um jogo que vale até chantagem do tipo: ou sobe no meu palanque ou eu vou para o candidato tucano. Da última vez que a condicionante foi colocada sobre a mesa, Lula da Silva prometeu apoio ao candidato do PMDB, maior parceiro e, ao mesmo tempo, maior problema do PT. Dilma sempre deu o calado como resposta.
Enquanto fica o dito pelo não dito, o Candidato do clã vai servindo-se do provável apoio da dupla petista, mesmo que, por enquanto, garantido só no papo. Eunício Oliveira aguarda, mas está claro que quer, no mínimo, conseguir que os dois petistas não venham ao Ceará. Também ganha tempo para ver o desempenho de Dilma Rousseff, conforme as pesquisas. Se a petista, pleiteante da reeleição, não der evidentes mostras de que pode vencer o pulo do gato já está preparado - e será mesmo os braços do tucano Aécio Neves, apadrinhado pelo candidato ao Senado, Tasso Jereissati. E não duvide que uma queda de Dilma silenciará (porque não há outra saída) também o clã Gomes e seu submisso candidato.
A FAIXA DE GAZA DO GOVERNO DO PT
Muito estranho o caso da Wikipédia, enciclopédia virtual da Internet, tendo como vítimas dois jornalistas da rede Globo: Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg. Os dois tiveram seus perfis na Wikipédia modificados pela rede de internet do Palácio do Planalto. O texto alterado dizia que as análises econômicas de Miriam são “desastrosas” e que ela teria ligações com o empresário-banqueiro Daniel Dantas. Sardenberg é citado como responsável por previsões erradas e como defensor de juros altos, supostamente porque tem ligações com o economista-chefe da Federação dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, seu irmão.
Todas as vezes em que foi instado para dar explicações sobre o fato, sem dúvida constrangedor, autoridades do Palácio do Planalto não conseguiram dar explicações convincentes. o acochambrador-geral, Gilberto Carvalho, apareceu, primeiro, para dizer que não havia como investigar o caso por questões técnicas, mas como a repercussão foi grande ele recuou e anunciou a investigação, mas já advertindo que será difícil chegar ao culpado. Depois, foi a própria presidenta/candidata que usou o microfone para dizer que não tinha nada a ver com isso. E é bem provável que não tenha mesmo, mas ela e seu mentor, Lula da Silva, deviam controlar os aloprados que ainda ocupam o Planalto e, sobretudo, conter o ranço autoritário da recaída stalinista, que já está virando a cara da ética petista.
E por que dois jornalistas econômicos? Simples, porque o Brasil está às quedas na economia. A crise, mascarada porque é muito mais grave do aparece, é o calcanhar de Aquiles do projeto de poder findante do PT. Os aloprados, então, tomaram a iniciativa de desgastar, descredibilizar os dois jornalistas da Globo. Daí, portanto, os ataques.
"FACTOIDES POLÍTICOS" ESTÃO QUEBRANDO A PETROBRAS
Na espera de o TCU bloquear os bens da presidente da Petrobras, Graça Foster, a candidata petista à reeleição, Dilma Rousseff, culpada maior do escândalo da compra de Pasadena, sai em defesa da empresa estatal e afirma que não se pode misturar "eleição com a maior empresa de petróleo do país". No seu estilo misturado, repetitivo e rocambolesco, a presidente/candidata produziu a seguinte fala:
“Se tem uma coisa que a gente tem que preservar porque tem que ter sentido de Estado, de nação e de país é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Isso não é correto, não mostra maturidade. (...) Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”.
Sério, não sei como deixar de fora denúncias tão graves como a que assolam a Petrobras e suas subsidiárias. Não bastasse a condenação, pelo TCU, de 11 diretores e ex-executivos da estatal para devolver US$ 792 milhões (R$ 1,6 bilhão) por prejuízos na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA (eles tiveram seus bens bloqueados), agora é própria presidente Graça Foster que é alvo de denúncia. A Polícia Federal já abriu inquérito para investigar se a presidente da Petrobras omitiu informações durante depoimentos prestados ao Congresso sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e a existência de contratos entre a estatal e uma empresa do marido dela, Colin Foster.
O resultado de tanta denúncia afeta deveras a Petrobras. Um exemplo foi o lucro, do primeiro semestre deste ano (2014) da estatal, que despencou 25%, em comparação com anos anteriores. Sabe a decorrência dessa queda de receita: aumento dos preços de combustíveis, que será seguro até o final da eleição. Pode apostar!