EUNÍCIO NA LINHA DE DILMA, CAMILO É O ÂNCORA E ELIANE ATACA O GOVERNO


No plano da campanha no Ceará, os candidatos, Eunício Oliveira (PMDB), Camilo Santana (PT) e até a candidata do PSB, Eliane Novais, apresentam modelos de programa na TV mais definidos, de acordo com os objetivos de cada um. Sem dúvida, é como se a campanha só agora começasse. 

Camilo Santana não perde seu jeito sem emoção, mas assume um papel melhor do que o do realizador, que não poderia ter sido, pela característica da administração personalista a que servia. É agora o ÂNCORA do programa, que chama as realizações do governo Cid Gomes, lê os benefícios, os beneficiados e termina dizendo o que fará como governador. No final faz um resgate das obras e serviços que promete em seu plano de governo.

Eunício Oliveira, que iniciou um caminho de pieguice social sem forma definida, agora completa a obra, seguindo literalmente o modelo da candidata do PT, Dilma Rousseff, só que pautando um maior personalismo. Pontua seu programa com dramas sociais atendidos, com narração do próprio candidato em estilo meloso. Dona Mundinha, que mora lã em casa há mais de 30 anos, chegou a fungar quando o candidato narrou o caso de um beneficiado da “Lei Eunício Oliveira”. Parecia o programa do PT de Dilma que colocou o drama de uma mulher piauiense que sonhava ver seu filho se forma em Medicina. Não seria mais adequado a um candidato ao “GENTE QUE FAZ”, antigo programa do BNB?

Pelo lado do PSOL, a novidade foi o candidato Aílton Lopes assumir que é gay, enquanto a candidata do PSB, Eliane Novais, abriu o verbo contra o governo Cid Gomes, questionando de saída o fracasso da Segurança. Apareceu de roupa nova em um novo formato de programa, que apresenta proposta, depois do pau, e até um jingle de ataque – música toda desenvolvida em cima do que considera errado na administração atual. No encerramento do programa, mostra, ao seu lado, a arma que pensa ter para crescer nas intenções de voto: a presidenciável Marina Silva. 

DILMA E AÉCIO VÃO AO ATAQUE
MARINA SE DEFENDE, SERENA

Tudo o que cobrávamos de conteúdo e forma dos programas de TV dos candidatos (incluindo rádio e inserções) está acontecendo. Evidente que eles não leram nada do que escrevi, mas é uma prova de que eu estava certo. O programa do presidenciável Aécio (PSDB) foi o primeiro mudar e fez uma guinada de boa qualidade. Vi o programa sábado (30/08/14) e senti que ele inaugurou um novo rumo. Parecia até a campanha estava começando. Saiu do bem-vindo, que nada agregou, e falou de modo incisivo e direto da sua maneira de trabalhar, criticando o modo Dilma Rousseff, que levou o Brasil a uma “recessão técnica”, e questionando se a opção por Marina Silva (PSB) não seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia.

A candidata Dilma Rousseff (PT) não mudou a forma de apresentar as grandes obras deste grande Brasil (chega a deixar o telespectador cansado de tanto ver gente trabalhando). Nem poderia. Só tem esse caminho. Mas, no seu universo de trabalho de campanha passou a fazer parte uma crítica azeda a Marina Silva (PSB). Nas mídias sociais o pau está cantando. De repente, apareceram (mau) o marido da presidenciável, os amigos e os planos dela, sobretudo os econômicos, que se tornaram retrógrados. Até a amiga jornalista Elzinha Ferreira (mora no DF) colocou em seu Facebook que Marina precisava de um “bolsa coerência”, referindo-se ao plano de governo de Marina, dito teria sido escrito a lápis. Confira nos links a seguir.
É certo que Marina Silva não tem elenco para enfrentar o rolo compressor de Dilma Rousseff, notadamente. Mas tem recebido algumas manifestações gratuitas, que não equilibram, porém pontuam a mídia. Uma delas, apenas para exemplificar, foi do amigo professor Dourado, também através do Facebook.


Afora essa pendanga de ser ou não ser um ou outro candidato, o que é fato é que o novo programa de Aécio projeta una situação melhor, se houver tempo. No Rio de janeiro, o presidenciável tucano disse que Dilma Rousseff (PT) fracassou no governo e não será reeleita. "O atual governo fracassou, essa é a questão central, e não vencerá as eleições o grupo que está hoje no poder". Em seguida, Aécio tratou de se vender como melhor opção: “Das alternativas competitivas que aí estão, nós apresentamos uma, absolutamente coerente com o nosso passado, com aquilo que pensávamos lá atrás e com aquilo que queremos fazer pelo Brasil". O tucano tem pressa pois a última pesquisa lhe foi bem adversa – apenas 15% das intenções de voto. 

Por seu turno, a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, também não perdeu a oportunidade de queimar a candidata do PSB, Marina Silva (PT), com quem divide a liderança das intenções de voto, conforme do DataFolha. Abrindo debate da rede SBT entre os candidatos à Presidência da República, Dilma questionou viabilidade econômica de propostas da ambientalista. Citando diversas ações previstas no plano de governo de Marina, Dilma questionou alto valor necessário para executar as promessas. “São ações que somam gastos de mais de R$ 140 bilhões. Da onde vai tirar o dinheiro?”. Dilma arrematou dizendo que a candidata precisa “dizer como irá fazer”. 

A resposta de Aécio vai sair em outra ocasião, mas a da presidente/candidata saiu no ato. Marina Silva afirmou que irá ampliar a arrecadação e a eficiência da máquina pública, reduzindo os desperdícios que estariam ocorrendo na atual gestão. Serena, Marina replicou que irá fazer com que “nosso orçamento possa ser acrescido pela eficiência em relação aos tributos recolhidos da sociedade. A sociedade paga muito alto para que as escolhas que são feitas sejam na direção errada”. Ganhou mais uma.