Começa a campanha na mídia eletrônica (TV e rádio), no
segundo turno, das campanhas presidencial e aos governos estaduais. E tem
início com algumas novidades importantes:
01. duas pesquisas, COM NÚMEROS
IGUAIS (inusitado), dando vantagem numérica a Aécio Neves (PSDB) sobre Dilma
Rousseff (PT), mas, pelo erro amostral, os dois candidatos estão empatados
tecnicamente;
02. agravamento das denúncias
sobre o escândalo da Petrobras, após depoimento do ex-diretor da estatal Paulo
Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, envolvendo diretamente o
PT e os partidos aliados - PMDB e PP;
03. programa de Dilma Rousseff
apelou veiculando material agressivo, fazendo renascer o comparativo intempestivo
entre as eras FHC e Lula/Dilma, mas cheio de sofismas, opinião e juízo de
valores desarrazoados.
Vale lembrar que esse quadro era esperado, menos a igualdade
de números em duas pesquisas de diferentes institutos, e disse isso em
comentário anterior. Confirma o que escrevi - que Aécio virou crescendo e
continuou crescendo, já tendo comido mais da metade dos votos que foram para
Marina Silva no primeiro turno. O resultado das duas pesquisas (Ibope e
DataFolha) é o seguinte:
Aécio 46% e Dilma 44%
Também se confirmou a previsão de o PT de Dilma estrear com um
programa agressivo, só não pensei que arriscasse tanto nas acusações aos
tucanos, principalmente Fernando Henrique Cardoso. Não produz qualquer sensação
de rompimento. Ao contrário. É visível a fabricação e difusa a verdade. Ficou o
risco do direito de resposta. Sobre o modelo, não acredito que o conteúdo do
ataque possa gerar atração de votos. É prato requentado. Já o programa de Aécio
Neves foi mais inteligente, ficando na alegria, nas propostas e na conversa
franca do candidato tucano. Os dois disputantes mostraram as armas - os aliados
em todo o Brasil - de forma similar e igualmente interessante. Não barrou o
caminho. O tucano virou o turno crescendo e continuou crescendo depois do
primeiro dia de programa.
NO CEARÁ NÃO É ASSIM
No Ceará, ainda sem pesquisa, o PT do clã de Camilo Santana
virou na frente e vai continuar na frente, mas a tirar pelo péssimo programa de
estreia (em forma e conteúdo), não vai segurar a dianteira que conquistou. Camilo
acertou em não ser agressivo, mas errou em todos os outros itens: continua
olhando para o eleitor (pelo vídeo) de esguelha, que não passa franqueza e
sinceridade (aprenda com o Cid, Camilo!), fez um resgate enjoado das propostas,
que cansou o telespectador. Vai ter de melhorar muito.
Já o candidato do PMDB, senador Eunício Oliveira fez um
programa tecnicamente melhor. Colocou uma pancadaria sem fundamento e
credibilidade, de uma forma que não pega, mas teve o cuidado de não identificar
claramente como se não fosse tempo do peemedebista - pode enganar os incautos.
Repetiu a baboseira da trajetória de vida do candidato em forma musical. Nada
ficou de um lado e do outro. Nessa situação, quem está na frente leva vantagem.