A eleição do novo governador do Ceará, entre o candidato oficial Camilo Santana (PT do clã) e o senador Eunício Oliveira (PMDB) está sendo realizada com cardápio completo. Tudo que manda o figurino eleitoral legal - e até o ilegal - está sendo feito. As ruas, praças e avenidas são disputadas bandeira a bandeira (e cada uma é empunhada por um salário mínimo), a TV e o rádio mostram as últimas estratégias, e as reuniões com líderes enchem de pontinhos coloridos os mapas das salas de situação dos candidatos. Nem as ações que não estão nos mapas e preenchem as madrugadas deixam de ser realizadas. Impressos apócrifos e vídeos estão na área e vez por outra entram nas mídias sociais, apesar do expurgo. Até faixas com mensagens negativas contra os adversários se espalham clandestinamente por Fortaleza, embora nenhuma das campanhas admita autoria das peças.

O governador Cid Gomes (Pros), como se nada fosse com ele, disse ontem “não ter dúvidas” de que a reta final da eleição no Ceará será marcada pela “baixeza, imundice e baixo nível”. Mas, nem ele, e menos ainda o candidato peemedebista Eunício Oliveira, reduzem o tom. Em encontro com aliados de diversos partidos, Eunício aproveitou para estocar o clã Gomes e candidato Camilo Santana, lembrando o caso do desvio de verba pública durante a rápida passagem dele como prefeito de Barbalha.

Já o governador Cid Gomes, que se licencia novamente para atuar na reta final (Zezinho, presidente da AL assume), declara que é preciso “tranquilidade e serenidade” para manter nível da disputa, mas termina sua fala atacando o senador Eunício ao dizer que as pessoas "sabem que as propostas do Camilo são reais, e não só propostas marqueteiras de véspera de eleição, como creio ser o caso do outro lado”.

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