Já vi bizarras besteiras desse grupo que há oito anos se instalou no poder cearense, mas esse enfrentamento de Ciro Gomes (Pros) com o capitão Wagner (PR), eleito deputado estadual, de longe é a mais disparatada. Por que fazer de alvo preferencial esse novo ente político? Ora, Capitão Wagner é um homem probo e não comanda milícia nenhuma, a não ser que o senhor Ciro Gomes, que deveria pastorar a sua secretaria de Saúde do governo cearense, esteja tomando como milícia os quadros das associações do setor de segurança. Não tem nada disso, senhor. São todos trabalhadores que lutam por melhores condições de trabalho e vida. Pode-se até dizer que alguns deles estão usando a atuação associativa e sindical como trampolim político. Isso, sim. E foi seu irmão, o governador Cid, que facilitou as coisas, naquela greve da PM, janeiro de 2013.

Nessa campanha de governo, Wagner já está eleito e não tem influência no resultado que vai sair das urnas, a não ser que o clã passe a ele essa atribuição. Ainda assim não terá importância. Se o senhor secretário de Saúde do Estado, é bom lembrar, Ciro Gomes teimar em fazer acusações ao deputado eleito, abrindo espaço para respostas dele, vão acabar fabricando um potencial candidato a prefeito de Fortaleza, mais forte do que ele seria naturalmente. E se o objetivo dos ataques for colocar avarias no provável adversário em 2016, para disputar o trono com o prefeito Roberto Cláudio, não estão conseguindo.

E como besteira atrai besteira, considero um ato sem qualquer dividendo político a determinação do governador Cid Gomes de punir 13 oficiais da PM porque declararam voto ao capitão Wagner e também, claro, ao candidato Eunício Oliveira. Se o regulamento da PM proíbe tais atos, que seja o comando da própria instituição a tomar a providência e quando fosse melhor a oportunidade. Os trâmites correriam, com instalação de um ato investigativo, e a punição viria depois de passado o calor da intriga política, se fosse o caso. Agora, como está colocado o caso, só dá para o deputado eleito Wagner no seu trabalho de provocar e conseguir dividendos eleitorais para o candidato peemedebista.

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