Algumas caixas preta da propina ainda não foram mexidas e o Brasil já paga um preço exorbitante. Só está rolando, até agora (deixando de fora o mensalão e outros casos do passado) a caixa preta da Petrobras. 

Faltam a caixa preta da construção dos navios e plataformas, envolvendo a Transpetro e a própria Petrobras; as caixas preta da Copa do Mundo - são duas, a dos jogos e a da construção dos estádios e outros obras de acesso; a do pré-sal, do sistema "X" de Eike Batista; do BNDES, do sistema elétrico, dos fundos pensão...



CAIXA PRETA DO Carf

Foi tirada a tampa da Caixa preta do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), da Receita Federal, e o rombo pode ser de R$ 20 bilhões, o dobro da roubalheira da Petrobras.

Só para você entender, o Carf é uma espécie de tribunal da Receita Federal que julga processos na esfera administrativa, em que contribuintes questionam a cobrança de tributos. É um colegiado paritário formado por funcionários do Ministério da Fazenda e por representantes da sociedade, como advogados. Ele é composto por três seções de julgamento, cada uma especializada em um grupo de tributos.

Todo dominado, servidores do Carf estavam repassando informações privilegiadas para os escritórios para captar clientes e oferecer facilidades no órgão da Receita.

São investigados um conselheiro do Carf e nove ex-conselheiros. Também estão sob investigação cerca de 70 empresas em setores como financeiro, indústria automobilística e agrícola.



CAIXA PRETA DOS JOGOS DA COPA

Outra caixa preta que começa a ser mexida é a dos jogos da Copa do Mundo (ainda não a da construção dos estádios e obras e mobilidade). A empresa Bilfinger divulgou uma nota (26/03/15) admitindo que há indícios de pagamento de propina em negócios com governos no Brasil. A propina repassada soma 1 milhão de euros (cerca de R$ 3,5 milhões).

O jornal "Bild" divulgou que houve pagamento de propina da empresa para funcionários públicos do Brasil. A empresa Bilfinger foi obrigada assim a soltar nota informando que havia indícios de irregularidades e que a empresa estava investigando essas denúncias.

Entre vários contratos da empresa Bilfinger no Brasil, está o fornecimento de monitores para o Centro Integrado de Comando e Controle da Copa do Mundo-2014. O órgão, espalhado pelas 12 cidades-sedes do Mundial, centralizava a vigilância e a segurança da competição.

No Portal da Transparência tem que a empresa recebeu R$ 21,2 milhões do governo federal no ano passado, dos quais R$ 13,1 milhões da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, responsável pelo Centro Integrado de Comando e Controle.



SE TEM GOVERNO, TEM PROPINA.