É desproporcional o alarde resultante da manobra da situação para impedir a instalação de uma CPI para apurar possíveis irregularidades na construção do Acquário Ceará. A oposição queria o que? Que todos os integrantes dos clãs Gomes e Santana ficassem de braços cruzados enquanto os quatro gatos pingados da oposição faziam a festa?

A manobra não é inusitada e não significa que o mundo político desmoronou, ao ponto de merecer uma manchete de jornal. A base aliada do governo do clã Santana e do ex-governador CID, do clã Gomes, fez apenas o dever de casa. O PMDB, que só sabe viver na sombra dos governos, comendo as migalhas do poder, ficou perdido e ameaça ir à justiça para embargar a manobra. Direito tem, mas é pura bobagem de emergente.

Mas não espere muito do PMDB, que perdeu no Ceará, com o senador Eunício Oliveira, a eleição mais ganha dos últimos 30 anos. O senador ficou pisando na aba da sua vaidade e não viu que não conseguia convencer a ninguém com o discurso roto e prenhe de loas a ele próprio. Espere menos ainda da sombra do senador, que não consegue ocupar nem o espaço de um vice-prefeito rompido.

Os opositores mais calejados, como os deputados Capitão Wagner e Heitor Férrer, usaram do direito de chiar, lamentando a perda do palanque no episódio do Acquário. Já o deputado do PSDB, Carlos Matos, puxou o discurso chavão da democracia. Há outros caminhos, senhores opositores. Exercitem a criatividade. Quem sabe, não seja um caminho transformar em lei a publicação de um boletim de atendimento dos hospitais públicos? Que está cumprindo esse papel, de forma improvisada, é o Sindicato dos Médicos. Até quando?