Que a FIFA, sobretudo, e o futebol brasileiro vivem há muito tempo de braços dados com a corrupção muita gente sabia. O que não se esperava era o desfecho que aconteceu em Zurique (Suíça) - a prisão do brasileiro José Maria Marin, ex-presidente CBF e de mais seis dirigentes da FIFA, sob acusações de crimes como fraude, lavagem de dinheiro e extorsão.

Só para você rever, pois faz sempre bem aos olhos a prisão de corruptos, estão presos Jeffrey Webb (Ilhas Cayman), vice-presidente da comissão executiva e presidente da Concacaf; Eugenio Figueredo (Uruguai), que também integra o comitê da vice-presidência executiva e até recentemente era presidente da Conmebol; Jack Warner (Trinidad e Tobago), ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf, acusado anteriormente de inúmeras violações éticas; Julio Rocha (Nicarágua), presidente da Federação Nicaraguense; Costas Takkas; Rafael Esquivel; Eduardo Li; Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol; além de José Maria Marin.

Segundo publicou o jornal "The New York Times", a investigação do FBI na FIFA já se arrasta desde 2011 e aponta corrupção generalizada nas últimas duas décadas. Será que volta ao tempo de Havelange e de Ricardo Teixeira?

O problema é que a corrupção tem de ser investigada para trás e para frente. Está também sob suspeita o processo de escolha das sedes da Copa do Mundo de futebol em 2018 e 2022, em que saíram vencedores, respectivamente, Rússia e Catar.

A FIFA já se pronunciou, através do porta-voz Walter de Gregório, e, apesar das prisões e do consequente abolo de imagem, rejeitando mudança dos países e ainda garantindo as eleições na entidade para dia 29/05/2015.

O foco da ação em Zurique foi a delegação da América Latina. Pesa sobre o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, as mais forte e o maior número de acusações. É acusado de receber propinas milionárias em esquemas de corrupção no futebol. A Justiça americana indicou que parte das propinas se referiam à organização da Copa do Brasil, Copa Libertadores e mesmo da Copa América. Além de corrupção, Marin é acusado de "conspiração" e pode até ser extraditado aos Estados Unidos. Também está sob investigação o contrato da Nike com a CBF.


Se já existiu o MENSALÃO e agora o Brasil vive assustado com o PETROLÃO, a entrada em pauta o BOLÃO do futebol vai colocar mais lenha na fogueira da corrupção, que sapeca o governo, o Congresso, grandes empreiteiras e o futebol (sobra o que?). E não estou falando do dinheiro que rolou solto na construção dos estádios e das poucas obras de mobilidade. Tampouco incluo, ainda, o BNDES e os Fundos de Pensão, este já com alguns casos delatados.

O que me deixa otimista é que há algum tempo, apesar do aparelhamento até judicial, os ladrões da elite também começaram a ganhar espaço na cadeia. No MENSALÃO foram presos algumas personalidades estreladas ou não. No PETROLÃO já estão na cadeia alguns nomes da estrela cadente e do mundo empresarial esperto. O BOLÃO da FIFA começa bem, levando sete coroados para a prisão, mesmo que seja lá fora. Amém!