Pode até ajudar, pois facilita a ação política emergencial, mas governo do Ceará e Prefeitura de Fortaleza queimaram ruim com o pedido sintonizado para que a Justiça declare estado de emergência na Saúde do Ceará, feito pelos ministérios públicos (federal e estadual). É NA SAÚDE E NÃO NOS MUNICÍPIOS EM RAZÃO DA FALTA D'ÁGUA.

Claro que também pode que tudo seja parte de um grande acordo para evitar desgaste político, principalmente quando o pedido seguinte dos ministérios públicos tem como alvo os festejos juninos - a verba prevista seria revestida para a saúde.

O fato é que os pedidos do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Estado Ceará (MPCE) surgem como um mão na roda para o governo e a prefeitura. Tanto um como o outro ente público pode - com o estado de emergência declarado - contratar, sem licitação, bens e serviços no prazo de 180 dias, como, por exemplo, leitos e serviços em hospitais e unidades de saúde da rede privada e em hospitais filantrópicos.

Estado e Município poderão, também, requerer à União a disposição de vagas em leitos nos hospitais do Exército, da Marinha e no Sarah Kubitschek. A Prefeitura poderá, sem queimar os dedos, cancelar o custeio dos festejos juninos, orçados em cerca de R$ 700 mil, e o Estado poderá negar todo pedido de verba dos municípios para o São João.

Governo do Ceará e Prefeitura de Fortaleza só tem uma custo político: admitir a extrema gravidade da crise na saúde e que, até, agora nada fizeram de eficiente para mudar o quadro, incluindo no rol o anúncio da construção do IJF II, que causou ciumada ao deputado Guimarães, líder do governo na Câmara Federal.

Por isso, governo e prefeitura deram o calado como resposta - distribuíram nota afirmando que se pronunciarão sobre a ação dos Ministérios Públicos, após notificação da Justiça Federal. Quer dizer, vão tentar entender e deglutir a iniciativa dos MPs, afinal, o próximo ano É ELEITORAL.