Os partidos de oposição, sobretudo o PSDB, já começaram a
contagem regressiva para o expurgo da petista Dilma Rousseff da presidência da
República deste Brasil que já não vive em berço tão esplendido.
O agravamento da crise que castiga mais forte, nos últimos
dias, a ocupante do Planalto reduziu ainda mais sua margem de manobra. A economia
não reage, jogando para cima a inflação e derrubando o emprego.
Mais grave ainda é que a presidenta em algumas reuniões reclama
da demora dos resultados do plano estabilização e já não responde os e-mails do
ministro Joaquim Levy (Fazenda), um prenúncio de geladeira, segundo outros
assessores.
Ora, o resgate puxado por qualquer plano de recuperação da
economia, como o brasileiro, se assenta, sobretudo, na confiabilidade do
condutor. Se essa confiança desmorona, cai a expectativa e compromete
resultados. Se 2015 pode ser chamado de O ANO PERDIDO, a esperança de que 2016
possa ser diferente começa a derreter.
Esse quadro assustador fez retornar mais forte o espaço para
as principais forças políticas discutirem o que fazer na hipótese de a
presidenta deixar o cargo ou ser afastada sem concluir o mandato.
RESISTIR
ATÉ O FIM - QUAL?
O quadro ameaçador dos últimos dias levou a presidenta Dilma
a fazer uma reunião de emergência com o Conselho Político para acertar a defesa
e detalhes do plano de estabilização.
Sobre a ação da oposição, predizendo a queda dela do
planalto, Dilma desdenhou dos opositores, considerando-os "um tanto
golpistas". Destacou não ter qualquer temor.
"Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso
aí é moleza, é luta política. Eu não sou culpada. Se tivesse culpa no cartório,
me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem
do ponto de vista político".
No caso das "pedaladas fiscais", em apreciação
pelo TCU, disse que "vem de antes" e que não foi um
erro do seu governo. Só admite revés na economia, mas prometeu "fazer o
diabo" para que a recessão econômica seja a menor possível. Dilma antecipou,
embora sabendo que não agrada muito, que o governo prepara medidas fiscais para
compensar as mudanças feitas pelo Congresso no pacote elaborado por sua equipe
econômica para reequilibrar as contas.