Evandro Leitão nega o inegável

Governo sem criatividade, que tem a marca da mesmice e da incompetência, só executa música de uma nota só. Desde o começo que o governador do Ceará, Camilo Santana (PT) só fala eu aumentar impostos.

Primeiro tentou fazer retonar o imposto do cheque (CPMF). Não conseguiu ressonância aos seus estímulos, mas não se conformou. Agora, aproveitando a onda do governo do PT, que ele integra e defende, Camilo propõe aumentar em 2% a alíquota de ICMS, já escorchante, cobrado de uma série de produtos ao mesmo tempo em que tributa outros.

O governador, é claro, trabalhou em silêncio e a mensagem já está na pauta da Assembleia do Ceará estimulando debates. O discurso torto e roto inclui o argumento de que os produtos taxados não são essenciais nem afetarão o bolso dos mais carentes.

Mentira. Carrega reflexos diretos, porquanto abrange produtos como joias, bebidas isotônicas, refrigerantes, produtos de beleza, maquiagem, perfumes, artigos para animais de estimação e uma série de agrotóxicos. As consequência chegam à mesa de todos.

Os recursos decorrentes do aumento de impostos irão, segundo a mensagem, para o Fundo Estadual de Combate à Pobreza. Ou seja, serão manipulados atendendo a velha retórica de serem destinados aos programas sociais e ações de combate à pobreza rural.

Com cara de cachorro em cima de caminhão de mudança, o líder do governo, Evandro Leitão (PDT), tentou explicar que o aumento de imposto e não é aumento de imposto, e sim “atualização” e “correção” para produtos que estavam sem cobrança padrão de taxas.

O que se espera é que a minguada oposição crie, pelo menos, alguma confusão, porque engolir calada a majoração de tributos é cruel. Vale dizer que um governo que nem começou a trabalhar de verdade e que sequer consegue nomear um secretário de saúde deveria, no primeiro momento, esgotar suas possibilidades.

Um exemplo, que foi citado pelo deputado Heitor Férrer, do PDT, por enquanto, é que o dito Fundo de Combate a Pobreza (Fecop) terminou o ano passado com um saldo de R$ 120 milhões. Vale o questionamento do deputado Heitor Férrer: "Camilo não soube sequer gastar o que tem em caixa, então, por que aumentar?"