O que quer o deputado estadual Heitor Férrer para sair do PDT, com a invasão do clã GOMES, hoje povoando o PROS? Um bom partido (de médio para grande), meio de esquerda, sem nomes que possam fazer sombra, ou seja, prontinho para bancar a candidatura e a campanha dele para a Prefeitura de Fortaleza sem qualquer óbice. Só isso.

Partidos que aceitariam Heitor Férrer com satisfação sobram no cenário cearense. O problema é a legenda estar desocupada de qualquer nome que possa fazer sombra ou criar qualquer obstáculo a uma candidatura à sucessão de Fortaleza.

O que sobra, então, para o egocêntrico Heitor Férrer? O PPS. Não que esteja totalmente desprovido de interveniência em nível nacional. O presidente (dono), deputado federal Roberto Freire, pode querer uma aliança com outros partidos. Em nível municipal só tem o sem-voto Alexandre Pereira, que adoraria a chegada do Heitor. Representaria, no mínimo, uma negociação de segundo turno e, quem sabe, uma vaga no futuro governo municipal.

No PSB, por mais que o presidente municipal, o sem-voto Sérgio Novais, defenda o nome de Férrer, justificando ser esse o objetivo da legenda, é mais provável que prevaleça a vontade de Roberto Pessoa, presidente estadual do PSB, que é o apoio à candidatura, mais que provável, do deputado estadual Capitão Wagner, do PR, ex-partido de Pessoa.

É isso ou uma rendição de Heitor Férrer aos irmãos GOMES. Em muitos anos, o jogo preferido de Férrer foi a infidelidade permitida. O PDT a tanto se prestou. Deixou que Férrer, no partido, fizesse uma oposição solitária ao governo do Ceará, à época dos GOMES e agora com o sucedâneo deles, CAMILO SANTANA. Era conveniente. Tinha algumas benesses do poder e dispunha de um palanque para o fácil discurso oposicionista.

De qualquer maneira, Heitor Férrer já conseguiu seu primeiro intento: pode sair do partido sem risco de perder o mandato, como manda a lei. O presidente estadual do PDT, o mimético André Figueiredo anunciou que o PDT não acionará a Justiça para pedir o mandato de Heitor.