Renan não escondeu o sorriso. Ganhou uma barganha impensável

Infelizmente para o Brasil, o atraso ganhou uma sobrevida, o que alonga mais o caminho da recuperação deste país maltratado. As instituições mostram força e funcionam com liberdade, como deve ser em uma democracia, mas há ainda muita coisa a ser passada a limpo em todos os poderes.



Os poderes mais vulneráveis e susceptíveis ao julgamento popular são o Legislativo e o Executivo. O Judiciário, por ser mais reservado e não depender de voto popular, vez por outra, toma a quase feição do governante com maior tempo, como é o caso da última conformação.

Assim, perde a sintonia com a sociedade, partidarizando alguns julgamentos, como o ocorrido mais recente. Por tal caminho, a presidenta Dilma Rousseff (PT) ganhou fôlego na luta para manter-se, embora não faça jus, no poder. O STF zerou toda a tramitação do impeachment e o poder Legislativo vai que começar tudo de novo a partir da eleição de uma comissão.

O governo ganhou tempo e vai se articular melhor, usando toda a sua força coercitiva – o DINHEIRO (ou seja, é o dinheiro do povo usado contra o povo). E já tem babaca espalhando, por acreditar na impunidade (sequer lembram os estrelados que estão presos), que o governo agora vai atropelar a oposição e os aliados infiéis. Imagine você que tem até alguns babacas da imprensa contando número de pessoas de uma e outra manifestação de rua. A favor, tantos mil, contra, outros tantos. Uma imbecilidade ímpar.

Não importa tanto quem vai para as ruas, mas sim como vai para as ruas. Um grupo vai às ruas para pedir o fim da corrupção, do desgoverno, por seus próprios meios e convicção. O outro grupo faz parte do aparelhamento estatal, vai para as ruas bem alimentado e pago, para defender o contrário, ou seja o “status quo”. Os canalhas riem com escárnio.

Defendo o impedimento e a cassação do presidente da Câmara porque quero o bem do Brasil. O menor e o melhor caminho para se vencer uma situação tal qual a que tomou conta do País (um governo incompetente e corrupto) é renovar a água ao chegar ao fundo do poço. Claro que se corre o risco de ainda não ser cristalina a primeira água, massa sempre será melhor do que a lama toldada que se espalha no momento.

Não creio, sinceramente, que alguém possa acreditar que o governo atual ainda possa se reerguer e resgatar o Brasil dessa crise que só se agrava. É tão ruim a situação brasileira que o governo não consegue sequer um nome para o lugar do ministro demissionário da Fazenda, Joaquim Levy, fritado pelos próprios “companheiros”. Deixar esse (des)governo continuar é assistir essa agonia crescente por mais três anos? Tomara que este país esgotado resista.