O manto da Justiça está se estendendo sobre quem molhou as mãos e irrigou os bolsos com dinheiro público, seja poderoso ou não, tenha mandato eletivo ou não, para desgosto do senador cearense Eunício Oliveira (PMDB), que acha um absurdo um simples juiz federal de primeira instância mandar para a cadeia um empresário como o presidente da Odebrecht, mesmo tendo praticado diversos crimes. Felizmente, aconteceu e o graduado criminoso já está há um bom tempo no xadrez. Ele e tantos outros poderosos. O Brasil está mudando, apesar do governo, senhores ladrões.
Na última ação, O STF, O Ministério Público Federal e a Polícia Federal, em operação denominada Catilinária, estendeu o manto sobre outro grupo de implicados. Entre eles, dois cearenses ligados ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB): SERGIO MACHADO, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, e o deputado federal ANÍBAL GOMES, também do PMDB.
Muito mais gente graduada vai cair nas malhas da lei, por que deve e tem de pagar. O cerco foi apertado em torno de Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e de Renan Calheiros, presidente do Senado, e de mais alguns estrelados e peemedebistas, no governo Dilma (PT) ou fora dele, fragilizando-o mais ainda, se é que isso é possível.
Pior situação vive a presidenta. Está com um processo de impedimento no Congresso, lutando desesperadamente para sair dele, mas a maré ruim não baixa. Pesquisa Ibope/CNI aponta que, para 65% dos entrevistados, o restante do mandato da presidente será ruim ou péssimo - em setembro eram 63%. A desaprovação do governo ainda aumentou. Em setembro, 83% desaprovavam o governo na geração de emprego, hoje são 87%. É tudo muito ruim. Também aumentou a desaprovação das políticas do governo no combate à fome e à pobreza (de 68% para 71%), na educação (de 73% para 76%), na segurança pública (de 82% para 85%) e no meio ambiente (de 65% para 74%).