Chá de semancol decididamente não faz parte do manual procedimental do PT. Não é que o inculto deputado Zé Guimarães, a título de defender sua chefA, fala daquilo que não entende – Ciência Política -, mas não explica como foi parar na lista dos recebedores de propina investigados pela operação Lava Jato.

O petista líder do Governo na Câmara dos Deputados disse que as manifestações realizadas no domingo (13/03/16) contra o Governo Dilma trouxeram um viés direitista, ou seja, “uma tendência à direitização”. 

Abusou, o deputado conhecido como “CUECÃO” e tido como de poucas letras, ao teorizar sobre os conceitos de ESQUERDA E DIREITA, conhecimento que está longe de possuir.

Da forma como falou, “viés de direita” é o povo (mais de classe média e alta) que é contra o roubo, contra a propina, contra a incompetência, que paga imposto e enche as ruas para pedir que os ladrões saiam do governo. E A ESQUERDA, O QUE É AFINAL DEPUTADO?

Na sua suprema idiotice, o deputado comandou, com os carros de sua assessoria, de partidários e de amigos que colocou na máquina pública, uma pífia carreata de apoio a LULA; e ameaça uma nova edição, segundo ele maior, dia 18/03/16, o dia do PT nas ruas – tomara que não à custa do povo brasileiro.

Tanto o deputado Zé Guimarães como senador Zé Pimentel minimizaram os protestos, considerando-os como se fossem mais uma banal atitude do povo, em seu “viés direitista”. Argumentam, no entanto, que os atos farão o governo reagir, editando um “novo pacote de medidas para o crescimento do País”.


NO TIME DA PROPINA

Em verdade, o líder do governo na Câmara tem muito o que explicar em mais um escândalo em que está envolvido. E dizer que a denúncia é mais uma tentativa de “criminalizar o PT” não cola, deputado, porque o senhor não é o PT e sempre mostrou uma conduta ética duvidosa. 

O caso da cueca o senhor conseguiu driblar, mas agora foi uma delação premiada de um integrante do seu partido. Segundo a revista Época, o acordo especial de delação é o primeiro fechado por um operador do PT e foi homologado há poucos dias no Supremo Tribunal Federal. A autoria é mantida em sigilo pela Procuradoria Geral da República.

O delator diz ter atuado em esquema clandestino do PT para arrecadar dinheiro de empresas interessadas em negócios com o governo. As empresas teriam de pagar pedágio a partir de falsos contratos de prestação de serviços. Os valores eram divididos entre os envolvidos, dentre os quais José Guimarães é citado.

Em 2010, ele teria intermediado a aproximação de sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, e o então presidente do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith. Sobrinho buscava empréstimo de R$ 260 milhões para construção de usinas eólicas na Bahia e recorreu ao delator para captar os recursos.

Guimarães era o responsável pela indicação de Smith ao cargo e, segundo o delator, receberia 1% do valor (R$ 2,6 milhões) em troca do apoio. O valor teria sido reduzido a R$ 1 milhão. Segundo a Época, há oito documentos que comprovariam o envolvimento de Guimarães.