A delação de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro,
subsidiária de logística da Petrobras, cumpriu quase por completo seu objetivo
de jogar todo mundo na vala comum da propina. Claro que há diferenças entre
aqueles que, na ponta, foram beneficiados pelo oferecimento de verba para tocar
campanha.
O caso do presidente Temer é bem isso: a propina passada a
Chalita não significava dominação, como o PT, Zé Dirceu e Lula da Silva sonhavam,
e, menos ainda, vantagem pessoal. Trata-se somente de uma prática de
financiamento de campanha em um país de regras eleitorais confusas.
Há muita diferença na propina de dominação e prosperidade que
pegava, por exemplo, Antônio Palocci, Zé Dirceu, João Vaccari, os senadores Collor
de Mello, Renan Calheiros e Jáder Barbalho, o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo
Alves e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o dinheiro que Sergio Machado diz
ter oferecido e disse ter entregue a Gabriel Chalita em nome de Temer. Se
realmente foi como disse Machado, Temer (e Chalita) seria culpado de que, se a
doação foi declarada?
Desde tempos imemoriais as campanhas são financiadas
assim. Mas só o PT profissionalizou a propina, aumentando a sangria, tornando-a
imoral e um hediondo crime.
Também não dá para comparar a propina para financiar a campanha
de Chalita (e de alguns outros, para legitimar a cruel sangria) com a negociação com empreiteiras
para financiar reformas de sítio e apartamento e menos ainda com a
"contratação" milionária de empresas sem funcionários e
especialização por empresas beneficiadas por contratos de governo (caso
Zelotes).
FORMAÇÃO DE QUADRILHA
Sempre foram as empreiteiras, bancos e outros grandes
negócios com o governo que bancaram as campanhas, neste país que sempre tratou
marginalmente o financiamento eleitoral. Mas foi o PT de Lula, o chefão, com a
liderança intelectual de Zé Dirceu, que planejaram a formação de uma gangue em
pontos estratégicos da máquina federal para saquear permanentemente, através do
empresariado, as grandes contas públicas estatais.
Fazer um bolão para benefício privado e eleitoral com o
estrito desejo de dominação política era o plano. E um plano tão ousado, de
aliciamento tão forte, que logrou a formação de uma malha de corrupção de extensa
capilaridade na máquina pública. Levou, por incrível que pareça, a maior
empresa brasileira -a ODEBRECHT- criar um departamento de propina.
A desgraça
maior de tais nefastos planos é que a roubalheira se generaliza, por certeza da
impunidade, e milhares de gangues paralelas se estabelecem (em todas as
esferas), minando de vez a energia vital do país.
Este é o legado maldito de Lula e do PT, que os brasileiros
vão levar pelo menos uma geração para pagar e esquecer.