Não importa, afinal. A melhor receita para se conquistar uma vitória É UM BOM CANDIDATO. Mas, em um eleição, sobretudo municipal, tem de tudo: alianças esdrúxulas, mentirosos, compradores contumazes de votos (não importa o rigor da lei), sonhadores, ideológicos (poucos), atrapalhados, farsantes...
Ao eleitor sobra a oportunidade e o dever de fazer a melhor escolha, ainda que não seja fácil separar o joio do trigo. Escorregadas vão acabar acontecendo aqui, acolá. O funil de seleção e de sobrevivência se estreita a cada pleito, mas há ainda enganadores e compradores de voto que conseguem mandatos. Cada vez mais poucos felizmente.
E preciso que se entenda o que significa a compra de voto, essencialmente no interior. Quanto menor a cidade, maior é a presença dos compradores de votos. Nas grandes cidade, ainda há, mas são cada vez mais raros, porque é mais rara a presença dos candidatos em todas as localidades. Não há tempo e a campanha toma um ritmo midiático. A decisão sai pelo desempenho do candidato nas mídias, sem contato individual do candidato ou de seus representantes (vereador, cabo eleitoral ou líderes comunitários e sindicais).
A eleição municipal, principalmente, é grande safra do vereador e dos trabalhadores e trabalhadoras com comunicação (incluindo as gráficas). É quando rola fácil e farto o dinheiro, apesar do rigor da lei este ano, ainda que todo mundo esteja exercitando a criatividade para burlar as limitações impostas.
O vereador, sobretudo, é a figura central da eleição municipal. São como urubus em carniça. Não largam a presa enquanto não acaba qualquer resquício de material. E, muitos, ainda exercita a mudança de lado, quando escasseia a munição onde está. O candidato a vereador, com exceção, é claro, vende tudo, com especialidade o que não tem, o voto.
A lei, a reforma política incipiente que foi feita estão longe de barrar a falta de vergonha dos vendedores e compradores de voto. E o STF só ajudou a esses negociadores sem vergonha quando decidiu deixar só à câmaras municipais a responsabilidade por julgar com impedimento eleitoral as contas dos executivos. Foi uma tacada (por ironia, da Justiça) que deixou combalida a lei da FICHA LIMPA.