Pode até ser que nada resolva e que os índices do crime no Ceará, de Fortaleza, sobretudo, continuem crescentes, mas o governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, conseguiu um secretário da Segurança que fala o que o povo apavorado quer ouvir. Claro que o secretário André Costa não fala a língua do PT, da rota retórica dos Direitos Humanos e da Igreja. Menos ainda o que o aparato legal e profissionais que têm atuação junto à segurança -procuradores, advogados etc.- querem abertamente ouvir; e isso vai gerar problema.
As declarações do secretário André Costa, em entrevista coletiva no último sábado, 28/01/17, repercutiram e exigiram diferentes interpretes. Ele apontou dois caminhos para quem comete crimes contra policiais: a Justiça para quem se entregar ou cemitério para quem “puxar uma arma”. Para o caso de não ter ficado claro, Costa repetiu a mesma historinha no seu Instagram. De imediato, apareceram os decodificadores de significado de falas, espichando um repetido debate sobre o limite legal da ação policia e o excesso.
O defensor público Emerson Castelo Branco foi o primeiro a puxar tal conversa: em situação de confronto direto, o policial ameaçado de vida pode reagir de forma proporcional. Já o deputado estadual Renato Roseno (Psol), paladino dos Direitos Humanos, lamentou a fala do secretário ressaltando que a morte de um policial requer apuração e assistência às famílias. “Entendo que possa não ser esta a intenção, mas este discurso pode estar incitando mais violência em territórios já muito marcados pelo conflito”.
Vamos ver o resultado daqui a alguns meses. Por ora, nada vai mudar: o secretário da Segurança pouco deu bolas para seus tradutores, o governador Camilo Santana, do alto da sua opacidade, fez que nada viu ou ouviu, o povo aterrorizado e os policiais aprovaram. MAS, PRECISAVA MESMO ALARDEAR?