O governador do Ceará fala, fala, mas não consegue sair do marco de uma atuação (administrativa e política) tapuia. Prometeu uma reforma na equipe e cortar custeio e nada saiu de alentado. Continua tudo morno e inodoro com dantes. Agora, depois de confusas escaramuças, falando sobre seu futuro político e fazendo alterações inconsequentes no secretariado, dá entrevista longa para nada acrescentar ao que fez e, sobretudo, ao porvir político.
Afirmou o governador petista que o PT precisa se renovar. Não disse como e logo em seguida, fez a previsão duvidosa de que o "momento político é propício para Ciro Gomes (PDT)". Não era difícil esperar que sua fala, ainda que morna, iria desagradar o PT cearense. Mas para o governador Santana não tem importância, dando a entender que está apenas esperando o momento certo e a oportunidade para cair fora da legenda petista.
E não ficou só na previsão. Foi adiante, arriscando-se a lançar uma chapa para a eleição presidencial do ano vindouro. Foi a primeira vez que ele falou no nome de Ciro para a Presidência, acrescentando que, para ele, seria ideal que Ciro tivesse como companheiro o ex-prefeito de São Fernando Haddad.
Aí fica a duvida: Santana está ao lado ou contra Ciro? Mesmo que a inclusão do nome de Haddad fosse aprovado por Lula da Silva não se pode esquecer que o petista foi derrotado em primeiro turno em São Paulo na disputa do segundo mandato. Bom, no mais é esperar a reação do clã Gomes.