O senador Marcos Pontes (PL) fez um discurso cheio de ponderações verdadeiras, na tribuna do Senado. São colocações absolutamente pertinentes, que não terão respostas, pela absoluta falta delas. O discurso na íntegra está na Internet, mas vale a pena conhecer os trechos selecionados pelo colunista Sérgio Pires. Confira aí:


"...eu vim aqui hoje com uma certa preocupação. Estamos vivendo num país onde o crime é exaltado e muitas vezes apoiado. Onde presos, depois de cometerem todos os tipos de atrocidades, têm direitos e regalias que, muitas vezes, são mais do que os trabalhadores têm. Onde pessoas são soltas e aplaudidas, mesmo depois de terem sido condenadas em um processo legal completo, com provas e julgamentos por dezenas de juízes, em diversas instâncias. Onde o direito à propriedade não tem sido respeitado. Onde criminosos invadem terras, casas, prédios, com a certeza da impunidade. Onde não existe mais um processo legal correto e completo. Onde a investigação, denúncia, julgamento e punição são, muitas vezes, concentrados em uma só instância, sem direito à defesa completa ou ampla. Onde um cartão de vacinação justifica busca e apreensão e, ao mesmo tempo, helicópteros de traficantes são devolvidos aos bandidos. Onde a imparcialidade da Justiça torna-se irrelevante e duas pessoas ou duas instituições, acusadas do mesmo crime, têm tratamento diferente. Onde a "democracia", entre aspas aqui, faz parte do mesmo discurso que permite que uma pessoa, sozinha, sem nunca ter sido eleito pelo povo, modifique uma lei criada e aprovada por quase 600 representantes legítimos, eleitos pelo voto de milhões de brasileiros!".

E segue:

"...a pergunta é: que tipo de democracia é essa? Algum tipo de democracia diferente, totalitária, uma "Eucracia" ou alguma coisa desse jeito? Sim, nós vivemos em tempos de escuridão. Vivemos num país onde existe clara interferência entre os poderes. Onde o Poder Legislativo, que é o representante legítimo do povo, se apequena a cada dia. Onde a instabilidade da democracia e a insegurança jurídica, afastam investidores, fecham empresas e cortam empregos. Onde a propaganda e o apoio comprados, pintam Fake News permitidas, vamos chamar assim. E conclui depois de longa análise: isso é democracia?"